sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Narciso não se dava com o dia a dia.

Narciso não tinha por hábito habitar na companhia do dia a dia. O seu ar de quem lhe deve tudo e de quem não quer saber de nada, leva-o a não querer muitas ralações, não se envolve para não se comprometer.
Percorrendo o dia como se o dia corrê-se por si só. Ele próprio fazia companhia ao dia por pena de um dia não ter o dia por companhia. Não se fazia esperar nem se aborrecia. Nem de entusiasmo ele vivia. Parecia-se com o tédio, só com um nariz mais bicudo, porque o tédio mete o nariz em tudo, mesmo onde não é chamado, porque não tem nada para fazer a não ser do que pensa ver. Há dias de tédio, queria na sua linguagem ele dizer que há dias onde não se pode fazer nada. Narciso era franzino e nada parecido com o da lenda que se transformou em flor. Pode-se até dizer que era algo cinzento, sinistro, sisudo. De estrutura baixa, mal encaixado dentro de si, caminhava de forma desengonçada e pesada. Mal cabia dentro de um casaco que era seu desde os tempos que já nem a memória se lembrava. 

Tinha sempre o passo acelerado e fazia-se ouvir porque tinha sempre uma tosse de quem fumava. Magro, baixo, de nariz grande, testa alta e sempre com gel no cabelo, assim se apresentava aos olhos de outros que o viam sempre misterioso como quem tem algo que não pode falar, um segredo por revelar e que não pode contar a ninguém, por ser tão profundo, mas tão sem fundo que se podia afogar nele ou cair num abismo sem fim. 
Ele acreditava pouco no que havia,  tinha nascido sem sina que para uns era sina de tristeza e de mal amado, por isso caminhava pela vida mais pela sombra do que pela via que nos leva a vida do dia a dia. Dizia, a quem o ouvia, mas mais para si próprio, que a vida é uma estrada sem fim e que nos leva a lugar nenhum e de onde não se pode sair. Por vezes ganhava assento lá na taberna da rua e jogava uma carta, fora do baralho, com ele próprio, fazia paciências. Nunca jogou à sueca ou ao sobe e desce, coisas dizia ele, de quem não tem nada para fazer. Nunca ninguém lhe ouviu um bom dia ou lhe retirou um sorriso. Era tão dono das suas coisas que as escondia no esquecimento. 
Morava, mesmo a curva, na rua da taberna numa casa já velhinha com cheiro a ele próprio, sempre sozinho, nem um animal de estimação o queria, pois não cuidava de nada nem de ninguém. Tinha um espelho na sala, cheio de pó onde num canto estava afixada uma foto com pouca nitidez de um homem que se sabia ser o seu pai, também de nome narciso mas tratado por senhor narciso, em moço, com um bigode farto e que vestia uma farda, num preto e branco sujo. A foto mantinha-se parada no tempo, onde lhe faltava uma metade. Rasgada, era a sua companhia a única presença na casa, vazia de saudade, com soalho de madeira e com janelas que ele nunca abria para não se ver o dia. A metade, a que faltava, a parte rasgada, dava lhe um pretexto para explicar porque nunca se casará ou lhe viram namorada. Sabe-se, diz-se pelos becos da terra nos lamentos das velhas que contam de sussurro num lamento de que lá falta, a metade rasgada, a sua mãe, que um dia fugiu para Lisboa na primeira carreira da manhã, dizem as más línguas que não foi sozinha. Assim, ele ainda tenro de idade ficou esperando todo um longo dia, no passeio da vida sentado, onde hoje há um paragem em frente a um lago. E espero, a volta da carreira que na volta veio sozinha. Nesse dia se não fosse uma vizinha nem jantar tinha. As pessoas sabiam, sabiam mas não comentavam nada, não havia nada a dizer, porque todos sentiam o desejo de terem sido eles um dia a partirem, a alguns faltou-lhes a coragem, a outros foi a moral e os que saiam só se fosse para emigrar. Por isso, quando ele caminhava a sua sombra pesava mais que o ar que respirava e lhe saia em tosse e catarro nervoso. O peso de tão macabro andar marcava o chão como um rasto de lama, onde um bom nome se perde por circunstâncias turvas e não contadas em toda a sua verdade, porque o pai, o senhor alfaiate também vivia lá pela taberna e a reputação levava-o a pagar uns bons copos aos que por lá pernoitavam. E depois contam algumas vizinhas, boatos de velhas sabidas, que o vinho o mudava e que o ciume o atormentava. E, ele filho desses humores e da que já não estava, passava o dia todo de tão só nas suas voltas que dava, e ia e vinha entre dois lados. 
O seu caminho era igual todos os dias, seguia em frente e sempre dava a volta pelo largo de onde um dia, em criança ele que nem uma lágrima deitara, no passeio da vida sentado, onde hoje não há só uma paragem mas também um lago pequeno com dois patos. Ele leva-lhes pão e sentasse na orla contemplando o fundo de um lago sujo de musgo e com água esverdeada. Fica por lá horas e várias vezes por dia. Este lago não lhe dá nada, nem mesmo o seu reflexo e assim ele gosta de estar, percebesse pelo seu ar, pensativo, distante, vazio. Os seus olhos não tem cor, nem lágrimas, nem saudade, nem perdão. Apenas o dia a dia de um lago onde nadam dois patos e não se vê o fundo lhe faz companhia. 
Andou por pouco tempo na escola e continuou a arte do pai, com bom nome na terra por ser alfaiate e tratado por senhor com mãos de tesoura e ele herdou esse jeito, era eficaz no que fazia para vestir os mais abastados da terra, mas nunca o chamaram de senhor, era o narciso porque as gentes da terra gostam de distinguir os seus. 
Narciso nunca saiu da sua terra, para ele o mundo tinha uma ida da qual não havia regresso, foi a vida que lhe disse, por isso ele não se afastava muito de casa para não se esquecer de voltar. 
O seu destino, o seu dia a dia, era de casa para o lago, passando pela taberna e do lago para casa. Sempre tendo por companhia a sua sombra que lhe pesava de tão sombria. Era tão negra que mesmo nos dias sem sol ela se fazia ver. Pode-se dizer que vivia na sombra de si mesmo. Não dava pena, nem era tristeza, o que as gentes da terra sentiam por ele, eram mais atraídas  pelo mistério da solidão que existe no silêncio da existência, calavam-se por respeito ou para ele não sentir vergonha da sua pálida existência. Acho que tinham até algum medo daquele vazio. Nem o padre se abeirava dele, talvez porque ele nunca tivesse ido a missa, nunca foi dado a sermões nem a estar entre as gentes. 

Um dia, a alguns anos atrás, viram-no no baile da terra pelos santos populares e não dançou, mas algumas velhas, mais batidas, dizem que ele lá foi pela Rosinha, que era fresca e leve e que a todos queria agradar. A Rosinha era filha do dono da taberna e as maças do rosto eram rosadas. Talvez fosse paixão, aquele aproximar talvez fosse a traição de uma memória que lhe fazia lembrar o perfume que sua mãe usava ou as maçãs do rosto, vermelhas que ela disfarçava logo pela manhã, com olheiras de quem não tinha dormido ou chorado pela noite inteira. O medo fazia-o calar-se e ele fingia que não tinha ouvido o pai a chegar tarde a casa e acordar o silencio da noite que tentava se esconder num sono fingido, numa sina de vida. Foi deixando na sombra as coisas que lhes fizessem lembrar no seu inconsciente a vida que ele não tinha pedido. Talvez ele tenha tentado lidar com o que o afastava da vida, talvez, talvez por isso a Rosinha, ela tinha cheiro a coragem e a uma manhã fresca sem culpas.

Mas, a Rosinha ele sabia que nunca iria ter, a Rosinha não era de ninguém era dela mesmo, por isso mais valia ficar na espera de um tempo que não era o seu, talvez a jogar paciências na taberna, talvez ela um dia se senta-se e lhe perguntasse como se tinha paciência. Dizem, dizem algumas velhas já batidas, mas quem sabe o que vai na alma de narciso se nem o próprio se mostra a si, apenas se conhece na sombra dos dias que vai passando entre o lago e sua casa. 
Um dia, já nem se sabe em que dia foi, a terra acordou com as gentes agitadas e sem muito alarido mas com ar surpreendido todos foram de boca em boca passando a noticia da sua morte. Narciso morreu. Deram com ele caído dentro do lago, afogado em si mesmo. É que o sr. Presidente tinha comprado dois cisnes, um branco e um preto, para embelezar e valorizar o largo principal da terra e mandou limpar o fundo do lago e mudar a água, para os cisnes poderem nadar. Nesse dia narciso, que não se apercebia das mudanças porque nada o surpreendia, nesse dia viu, viu um reflexo na água, viu uma imagem que ele não conhecia pois apenas conhecia de si a sua sombra e uma foto, rasgada em que lhe faltava uma metade, num canto de um espelho que não era ele mas era a sua história.

E de tão admirado ou assustado, não se sabe, a historia só fala do que quer ou do que dá jeito as gentes. Sabe-se é que o lago nesse dia transbordou pelo peso do seu corpo morto ou talvez, dizem as velhos já batidas, pelas lágrimas que chorou por se ter esquecido de viver o dia a dia e ter apenas por companhia a sua sombra.

Uma velha conto-me que a Rosinha chorou. Cheguei a pensar que não ter o que desejou o matou.

Álvaro Carvalho, Fev 2014

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Um dia simples

Primeiro objectivo do dia realizado com satisfação, filha na escola, e melhor ainda ia bem disposta, o que é agradável logo pela manhã este caminho que fazemos a pé na companhia um do outro. 
Agora vou abrir a loja, procurei pelo sol e até fiquei um pouco numa esquina a espera dele e nada. Bem, se o sol hoje não vem vou seguir viagem, deve estar em algum lugar onde faça mais falta. 
Aos poucos vou acordando e sentindo-me vivo. Hoje, já ouvi os pássaros, um galo e até vi uma cigana, e muito pessoal com cara de quem não lhes apetece nada estar aqui. 
Hoje tive saudades de tempos em que na mochila levava o pião que enrolava com arte para ir jogar ao escala e ver a professora de francês, lembrei me do Ivo, da Anita que namorávamos porque percorríamos juntos o caminho de casa para a escola e esperávamos um pelo outro para regressar casa juntos, ela ia para junto da mãe na padaria e eu para a loja dos meus pais, ajudar, havia sempre muito trabalho, e nesse caminho também havia a Célia, mais tarde a Cristina, o Mané. 
Do ciclo ao Liceu foi depressa demais. 
E lembrei a minha bicicleta, eh a minha bicicleta que defendi e lutei contra três porcos-sujos que a queriam roubar, a minha bicicleta que voava e me levava onde queria, os passeios com a João pelo jardim do Bonfim, onde era proibido andar de bicicleta mas para onde nós fugíamos porque também era proibido estarmos juntos, mas estávamos sempre que podíamos, sempre fiz coisas proibidas tal como ir tomar banho ao rio. E eu que inchava o peito e fazia a subida toda para o bairro sem as mãos no guiador e a descer era apenas espreitar a ver se não estava por ali o aguardente, polícia na sua mota potente, que andava sempre a minha procura porque eu não tinha matricula. 
Não me sinto nostálgico mas com um leve sorriso, que bom!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ALMA: O Homem é uma criança EGOcêntrica.

ALMA: O Homem é uma criança EGOcêntrica.Do Homem pouco sei, vi o passar parecia um Senhor todo aperaltado mas o que eu vi quando espreitei lá para dentro, pronto espiei, eu confesso, o que eu vi, foi ele a esconder os seus medos numa gaveta debaixo da mesa da sala e na cozinha teias de aranha embaladas em jornal, num canto uma TV apagada e uma pilha só de um comando que escorrega do sofá já velho e roçado pelo acamar do corpo. Não lhe vi o quarto nem o WC pois não temos intimidade para tanto, mas acredito e pensei que se a cama está feita foi de certeza feita a pressa, foi o que eu pensei.

Esse, que eu tenho todos os dias visto passar lá na praça central onde há um correto fechado, esse que vive nas  memórias e saudades, esse não é plural mas singular de egocêntricos.
Quem é capaz de banir a insanidade publica. Quem escreveu para quem numa linguagem sem palavras.
O homem é uma criança que não saiu do seu egocentrismo. Então ele gritou ou grunhiu ninguém o percebeu, e então escreveu: - Querem ver que eu sou uma estatística de mim mesmo.

ALMA: O Homem é uma criança EGOcêntrica.

ALMA: O Homem é uma criança EGOcêntrica.De que tamanho são feitos os sonhos e de que riqueza é feita a palavra fome. Ao longe muito ao longe junto á estrada os campos são reservas de papoilas para escurecer as almas dos que lá moram. Não se vê viva alma por aqui. O tempo não acabou e a porta, essa aberta, de oportunidade, convida a quem lá quer entrar e encontrar companhia numa mesa sentados, numa cama deitados. A noite espera acordada que as cores dos corpos se enlaçam e se rasgam bocados de prazer, nem escândalo publico do sagrado desejo de ser e pertencer. 

ALMA: O Homem é uma criança EGOcêntrica.

ALMA: O Homem é uma criança EGOcêntrica.: Ou será tudo uma questão de sobrevivência? Que mistério é este que me faz avançar no caminho. De quem são as verdades e de que são feitas as mentiras. No vazio da consciência, reina uma paz, onde nem um canto de um trovador abafa o som dos tambores, tão antigos tão inanimados de repetição que não se calam. Que perfume é este corre pelo vale de onde os fantasmas se levantam e onde os supérfluos se refugiam em silêncios mórbidos de desencanto.

O Homem é uma criança EGOcêntrica.

Ou será tudo uma questão de sobrevivência?
Que mistério é este que me faz avançar no caminho. Que estrada é esta que mesmo que por muito caminhar e de tão e muito longe que se vá nunca se dá a volta ao mundo. E que nos prende a e em nós, numa ânsia de correr e percorrer mais e mais estradas já muito batidas e velhas como trapos que velhos indígenas usaram para tapar suas vergonhas. 
De que pedras são feitas as casas e quem partiu os telhados que nem vidro tinham. Onde estão todos os que não chegaram. Que voz é esta que me faz dizer em sussurros e soluços baixos, de tão baixo que ecoam no tempo, onde escasseiam as memórias. Será isto saudade dos cheiros de outras horas, onde os minutos passavam sem correr e onde se ouvia a chuva lá fora. Que pensamento é o guia da verdade. Por onde vai esta estrada, que foi fechada ou vedada pelas sombras do imaginário.
Que poeta teve medo de cantar sua alma. 
De quem são as verdades e de que são feitas as mentiras. No vazio da consciência, reina uma paz, onde nem um canto de um trovador abafa o som dos tambores, tão antigos tão inanimados de repetição que não se calam. Que perfume é este corre pelo vale de onde os fantasmas se levantam e onde os supérfluos se refugiam em silêncios mórbidos de desencanto. 
Que planeta é este onde eu habito sem conhecer o outro que se diz ser. Quem na verdade é quem. Quem foi que deu voz a razão e de Geocêntricos passou a chamar a tudo evolução e paradigma, sendo a falha uma pulsão mal intendida pela identidade do outro e a sociedade estruturada, enmuralhada, em Si mesmo numa axiologia pouco lógica de quem ainda quer sonhar com castelos, princesas, piratas, lendas e magia e com bancos pobres de dinheiro. 

Não olhes para trás! E olham logo! é assim.
Nas tuas costas pensam por ti e vêm o que querem.
Por isso, miúdo, deixa passar esse senhor, tens que o respeitar.
Não acredites em tudo o que te dizem, principalmente se for sobre ti.

De que tamanho são feitos os sonhos e de que riqueza é feita a palavra fome. Ao longe muito ao longe junto á estrada os campos são reservas de papoilas para escurecer as almas dos que lá moram. Não se vê viva alma por aqui. O tempo não acabou e a porta, essa aberta, de oportunidade, convida a quem lá quer entrar e encontrar companhia numa mesa sentados, numa cama deitados. A noite espera acordada que as cores dos corpos se enlaçam e se rasgam bocados de prazer, nem escândalo publico do sagrado desejo de ser e pertencer. A vida corre a frente de uma criança como a bola que atravessa a estrada sem saber do perigo. Se este mundo fosse uma pensão eu seria seu hospede pelo tempo inteiro e comeria na sua companhia todos os dias sem fim. Alguém passa a noite sozinho, tendo a noite por companhia numa mesa vazia, sem pão, sem água, sem perdão. porque dorme aquele homem na rua. por está preso o ladrão. De quem são as coisas nas nossas mãos vazias de nada.
De manhã fui até a praia só para ver se eu lá estava e efectivamente reparei, nem foi preciso constatar que eu estava comigo. O que não estava lá, era a areia que deixei ontem. nem a maré era a mesma, então, como pode ser tudo tão igual, só se não soubermos fazer noticia ou inventar desculpas ridículas sobre a necessidade de se fazer conhecer. E contar histórias da invencibilidade da derrota, acho que acreditamos por piedade. O que fica é a palavra, quem disse não importa mas esquecemos-nos de perguntar porque o disse. Qual foi a necessidade que o satisfaz e que foram satisfeitas em tão mordaz simpatia de escolhas entre currículos mal afamados ou apagados dos ficheiros secretos. Uns são lembrados e escondidos da vida, em guerras e lutas pela liberdade ou pelo domínio e os esquecimentos foram apagando quem não queria se lembrar e nem ser lembrado. 
Do Homem pouco sei, vi o passar parecia um Senhor todo aperaltado mas o que eu vi quando espreitei lá para dentro, pronto espiei, eu confesso, o que eu vi, foi ele a esconder os seus medos numa gaveta debaixo da mesa da sala e na cozinha teias de aranha embaladas em jornal, num canto uma TV apagada e uma pilha só de um comando que escorrega do sofá já velho e roçado pelo acamar do corpo. Não lhe vi o quarto nem o WC pois não temos intimidade para tanto, mas acredito e pensei que se a cama está feita foi de certeza feita a pressa, foi o que eu pensei.
Esse, que eu tenho todos os dias visto passar lá na praça central onde há um correto fechado, esse que vive nas  memórias e saudades, esse não é plural mas singular de egocêntricos.
Quem é capaz de banir a insanidade publica. Quem escreveu para quem numa linguagem sem palavras.
O homem é uma criança que não saiu do seu egocentrismo. Então ele gritou ou grunhiu ninguém o percebeu, e então escreveu: - Querem ver que eu sou uma estatística de mim mesmo.
Urge! É Tempo de te questionares a Ti próprio. Sim, tu.

Nota, breve: Egocentrismo é a falta de capacidade da criança de ver os pontos de vista de outras pessoas, não entendendo que as pessoas tem opiniões e crençs diferentes ...Por isso são crianças.

Álvaro Carvalho, Fev, 2014

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Too Close to Heaven

http://www.youtube.com/watch?v=ypGsBCSUC7c

Houve um roubo e ninguém quer falar disso.

Hoje posso dizer que acordei preocupado com o que aconteceu ontem.
No entanto dei um sorriso, pois seria pior se estivesse preocupado com o que vai acontecer amanhã. 
Porque amanhã eu vou acordar e ficar a ouvir a rádio no ar e a chuva a cair, não deixa de ser estranho para mim acordar com a música das doces na cabeça. Deve querer dizer qualquer coisa. 
Mas voltando ao meu "doce" acordar com a preocupação de que talvez hoje me venham pedir explicações sobre um roubo que aconteceu. 

Aconteceu um roubo? 
Sim! Foi nas barbas de toda a gente, ontem roubei uma página, bem, não foi inteira, foi apenas um post, lá estou eu a minimizar. 
Mas e agora? Quais vão ser as consequências, roubo de privacidade? Bloqueado por um mês ? Tenho que responder por isto em praça pública? Talvez seja notícia de TV ou de revista. 
Roubou um post, deixando uma nota a dizer: - levei/pick. Não sei, não sei. Sei é, que esta minha mania da impulsividade continua a dar me preocupações sérias, tal como a vida que se deve levar mesmo tudo, tudo mesmo muito tudo a séria, como se não houvesse amanhã de manhã eu vou acordar e ficar ao ouvir a rádio no ar e a chuva a cair, previsões da meteorologia,. 
Vou abrir a loja com culpa no olhar, e peso na moral. Hoje, não devo vender muito. É aquela cena da Divina Comédia.

A razão pela qual eu tenho facebook
A razão disto tudo tem uma explicação. E explica-se pela qual eu tenho facebook: 













Álvaro Carvalho, Fev. 2014

A Alma que queria ser um livro.


Sonhei que vivia num livro, nas memórias onde o tempo não se esquece de ser. 
Abri paginas da vida e ela brotou de mim linhas que separam espaços em branco com margens, pouco centradas diga-se em bem da verdade, onde nelas se escrevem entre sorrisos e lágrimas, coisa de mim, coisas de ti, coisas do dia a dia. 
Também, para que serve um livro fechado sobre si mesmo, onde as paginas não tem espaço em branco para se continuar a escrever as linhas da vida. Um livro, um sonho, uma vida. 
Um dia encontrei um sonho que vivia num livro esquecido de si mas que queria ser o livro dos sonhos.


Álvaro Carvalho, Fev, 2014

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Rebentou a Bolha - O mundo vai fechar.

O Rapaz da Bolha, mora na mesma rua do Rapaz do Bogalho, são amigos, vivem é em dimensões diferentes, nunca se encontram mas comunicam entre si, e não estão separados. Representam tempos e vontades diferentes mas com os mesmos desejos de estarem e pertencer. A bolha, que a um protege, dos males do mundo e do seu "mal de vivre", na sua crença de que, o inferno são os outros, não é diferente do bogalho que um outro faz uso num romantismo incurável escrevendo em novelas de papel, diferentes das de faca e alguidar, mas que o faz saborear a vitoria e a conquista sobre os outros pela posse do objecto. As noticias são diarias. Eu sou conhecido na minha rua, tenho estatuto, quer seja o rapaz da bolha, quer seja o rapaz do bogalho, ambos são filhos da relatividade e do movimento perfeito da sincronia do tempo, onde tudo o que foi, não volta a ser, mesmo que muito se queira, clássico dos Xutos e dos pontapés que a vida lhes pregou como partida, mas que apenas tinha um sentido, serem ou parecerem ser cada vez mais maduros de ficarem inteiros, uno. A bolha e o bugalho reforçam a sua natureza de serem apenas filhos da rua e da vida onde a relatividade do Espaço e Tempo, e do Aqui e Agora, são onde o Aqui é a dimensão, o Espaço e o lugar;  E o Agora é a dimensão tempo, o momento. Estes rapazes que não são deste tempo têm a vida exposta em directo, desde o lugar do observador que é um espactador da vida do outro. Uma ida ao teatro fazia nos bem. Assim os olhos passam em revista milhões de vidas num BigBrother, ou Truman Show. Qualquer dia, esta rua tem cameras de visualizar para podermos observar e estudar os comportamentos e a normalidade fingida, porque ninguém é assim. As pessoas não falam umas com as outras como nos filmes, nem como nas novelas. Mas acreditamos que sim porque com tanta repetição consegue-se sem muito esforço condicionar, o que se julga ser Sujeito. Vivemos dentro de pessoas que não vivem as suas vidas. vivem igual à de outros, em vez de sermos actores. Já não há bogalhos por isso inventamos a palavra saudade e a bolha rebentou e revelou uma sociedade corrupta que vive na satisfação de se realizar pelo outro. 
Dentro do Mundo há muitos mundos.
Álvaro Carvalho, Fev. 2014.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Preciso da ajuda e o problema da assertividade

Oh amigo! eh amigo, pode dar ai uma ajuda? o carro não pega e um empurrão dava jeito. 
Ok! disse eu, posso, eu entro dentro do carro e você empurra, ok? Mas, mas o carro é meu! afirmou-se o outro que não era eu de forma já um pouco zangado. E disse mais: - Entrar no meu carro? era só o que faltava, é preciso ter descaramento. Eu ainda retorqui nas calmas; - Pois por isso é melhor ser o senhor a empurrar é o seu carro. O homem teve um ataque de raiva, você é louco o quê? Eu só estava a pedir ajuda.
Pois temos pena, eu bem que queria ajudar, mas o tipo de ajuda que precisa eu não lhe posso dar.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Empurra com força, que a Terra não se mexe, pela tua vontade.

Será mesmo verdade? Que, entramos sem na realidade nunca se ter saído, absolutamente nunca, ou jamais, do mesmo sítio. Estamos a retroceder por impulsão, é como o batimento do coração que apenas imita o universo na sua pulsão e viagem. 

 
Mas estamos parados no espaço e no tempo, com a ideia fixa de realização. O que é uma terrível ilusão, pois na realidade o que pedimos há muito que nos foi negado, porque acreditamos que, e padecemos desta condição de crenças, rituais e simbologias onde para não naufragarmos nos agarramos para ter uma vida. 

A ilha tem uma paisagem maravilhosa mas não há lá ninguém. 
A lua é de longe e uma peninsula nunca está só, mas é terra de ninguém. Então o que sobra? 
Claro que é a esperança, sempre a esperança que está fechada na caixa e prendeu a humanidade aos desejos da espera que se abra quando na realidade somos nós que temos a chave, dessa caixa que alojou todos os males da humanidade e onde continuamos a ter por influência e por objectivo para o nosso comportamento, o regulador inconsciente, do medo do juízo final. 
Não vá o juízo acabar e a lucidez ser obra das neurociências e não das estrelas que nos orientam na noite da Humanidade.

Empurra com força, que a Terra não se mexe, pela tua vontade.


Álvaro Carvalho, 2014

coisas do dia a dia

http://www.pinterest.com/alvarocarvalhoa/coisas-do-dia-a-dia/

O tempo vive num livro


O absurdo da existência é sem dúvida o encontro que fazes contigo mesmo pelo confronto com os outros, “Houis clous”, será sempre o infindável truque mágico da fé no humanismo, na viagem Utópica de Moore, mas é também o Absurdo de Camus. 



Eu aproveitei e filosofei mais, para me confundir numa intelectualização de razões absurdas mas vincadas de significância do seu significado, pois também é uma técnica, ouvi dizer por ai, que deixar alguém confuso é bom para se poder tomar uma decisão ou uma não decisão. Como é que o mundo, a vida pode adquirir um sentido para ti? se estás ausente do sentido de ti, procuras o teu reflexo numa passagem do tempo onde te esqueces-te de ser o futuro. Sendo considerado motivação as falhas do passado projectadas no futuro, como se fosse para chegar a algo que se quer conhecido antes de se ter descoberto. Um homem não é mais do que a soma dos seus actos? Onde, os seus “actos falhados” são a inconsciência da sua verdade, porque falhamos ao optar, ao escolher, castrados da realidade da decisão é nos permitido escolher moralmente o que vai contra os desígnios do homem e acarreta culpa, Sísifo subindo e recomeçando numa programação ao estilo de Matrix para não ser esquecida, para doer na consciência, na condição ou num “País das Maravilhas” onde Alice se perde para se encontrar. Tu não serás outro se não fores tu próprio, assim ficas confuso, e deves ter em consideração o viver em comunidade, com os outros para os outros, assumindo o teu papel, tu és o actor, o fazedor da tua realidade.


Na verdade ou consequência coisa que aprendemos na adolescência há sempre um segredo, aquele que é não um não dito mas um interdito ao moralismo, ao medo da exposição, do ridículo. Quem é aquele que ali passou por mim sem que eu o visse, só pode ter sido eu. Pela janela mal fechado o vento sopra e vira as paginas de um livro já esquecido de Si, mas aberto da esperança de que alguém um dia o vá ler. E como pode tudo acontecer num minuto, num instante ou numa eternidade é preferível mantê-lo aberto porque um livro fechado, tal como uma vida, não serve para nada. Uma vida também não é aquilo que se quer tal como um livro.



Álvaro Carvalho, Fev. 2014.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O Jogo é patológico na sua lógica:

O Jogo é patológico na sua lógica:
Preciso de ajuda, tenho estado a jogar um jogo!

Ah, então temos …, eu ia dizer um problema, mas contive o meu impulso, naquilo que eu achei ter encontrado para explicar a sua euforia, ele substituiu uma coisa por outra, então depois desta reflexão onde me vale a experiência, apenas disse num tom de levantar a dúvida ao mínimo, como se não tivesse a compreender: Hum hum, um jogo? Então, na minha perspicaz e lúcida dedução, pois é com muita confiança que faço as consultas e estudei bastante para poder compreender e predizer comportamentos, na minha astúcia conclui que ele estava a precisar de ajuda. 

São poucos os que chegam à consulta neste estado de Determinação, a quererem fazer algo para mudar um comportamento, com o qual tem dificuldade em lidar.

Então se tens um problema, porque não paras?
Parar? Eu preciso é de ajuda, para passar de nível.

Queres jogar ou quê? Quero antes o quê?

Já Posso? Não! Ainda não!
Tens que contar até mil! 1,2, 500, 1000!
Já posso? Não conta até 10000 ,
e é só quando eu disser!
http://almacarvalho.blogspot.pt/2011/12/reedicao-2-as-consultas-do-tobias.html?spref=bl

Álvaro Carvalho, 2014

ALMA: Reedição 2ª - As Consultas do Tobias

ALMA: Reedição 2ª - As Consultas do Tobias: O Tobias foi à consulta. Vi que ele não andava bem e resolvi fazer outra consulta com o Tobias ... Ele descondiou ....


Adicionar legenda
Este medo constante incutido na humanidade de que algo vai suceder, desde Prometeu, o criador do género humano, que estamos de castigo num destino comum, onde nos dissipamos no nevoeiro, tal D. Sebastião, do qual aguardamos o seu regresso e andamos neste medo aparente de que vamos pisar algo ou depararmos-nos com algo desconhecido. 


Será por isso que o Tobias não quer entrar na casota, hoje, estará a espera de algo maior, anunciado, o retorno Del Rei do Brasil, do Salvador ou de Ulisses, no retorno da sua Odisseia. 



Nesta Europa, filha de Agenor, a profecia concretizou-se pois o colar que Harmonia, filha de Ares, recebeu dota o seu portador de uma beleza irresistível, mas também pode trazer desgraça. Tudo está de volta ao que era, a Harmonia dos povos trás a sua desgraça, desunião na União, a Europa paga pela falta de respeito a Posídon e Dédalo construiu o labirinto, no qual ele próprio ficou retido. Ícaro entusiasmado (pelo ouro) aproximou-se demasiado do Sol e despenhou-se. 

Tudo isto está á acontecer, a Europa não está livre da história, andamos em círculos viciosos sem saber como sair, a porta está fechada, não há saída, apenas nos resta viver com os outros. Desde o êxodo que caminhamos para a terra prometida. Sem Arte, sem Poesia, sem Filosofia a espécie humana está comprometida numa tragédia grega. E como uma desgraça nunca vem só neste Zeitgeist,


Álvaro Carvalho, 2014.

Desconfia quando te disserem que; tens que mudar, é que pode ser vírus.

O sujeito não se muda para predicado, nem nunca será a pessoa complemento directo.

Não mudes, não mudes a tua cor do face, não mudes pois não podes deixar de seres tu. 
Vás tu para onde fores levas-te a ti mesmo. 
Estas modas das plásticas ditam cada vez mais a face de cada um. Não mudes o teu face porque podes deixar de seres tu, quem disse que estas mal? aprende a dar te valor e não a valorizar te pelo que te falta. Não mudes a cor do teu face, não mudes quando não há nada a mudar. Numa altura em que todos falam em mudança, tu podes mudar isto e aquilo, transforma o teu pensamento e lá lá lá... lá lá lá... Podes pedir ajuda para a mudança, para mudares de casa à agências, para mudares de visual, para mudares de trabalho, podes mudar de tarifário. Podes ser sujeito a uma mudança. Desconfia de quem promete pode ser vírus.
Mas terás sempre o mesmo problema pela frente, tipo e típico, se mudares de casa, quem vai lá morar és tu, portanto mudar só porque temos que mudar algo, é básico, só em depressão ou na doença, por intervenção ou cirurgia, porque se nada muda, nada muda. Porque, e é simples, as verdadeiras mudanças apenas acontecem no momento em que determinadas circunstâncias se conjugam para a mudança acontecer. E para isso tens que perguntar a ti mesmo se estás na verdade pronto a mudar, sem mas e se... só a mudar. 
A coisa em si é a resolução para o problema, acredita que tu tens a solução. Quanto mais tempo tu pensas na mudança mais vais dificultar o seu acontecimento. 
Por isso é que hoje eu vou de livre e espontânea vontade abrir a loja, na boa. 
Bom dia.
Álvaro Carvalho, 20 Fev. 2014.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A lua ainda não se foi deitar e já o dia começou.

Vou abrir o dia.
Noticias do dia depois de ter tomado um café e comido um folhado de maçã.
Na banca dos jornais e na banca europeia, hoje falasse do regresso da troika à Lisboa, não deve ser para comprar casa, deve ser mais para comprar Lisboa, ou Portugal está a venda? -há confrontos e mortes na Ucrânia e nas Tailândia e noutros sítios que ninguém ousa falar, uns desejam a ordem através do caos, enquanto outros escondem o caos na ordem. Nas revistas as coisas andam complicadas, li que a Mariana ou dizem por ela, que " construir família é um sonho", deve andar a pôr acção, mas por confronto mesmo ao lado diz que a Catarina foi abandonada ainda bebé pela mãe, devido a ter posto acção sem dúvida. O que a resiliência e o paradigma americano fazem do anonimato à execução em praça publica é um instante, sempre foi assim a nossa história. Esta dialéctica do Homem em acção, na velha escola de Palo Alto, seria uma "esquizofrenia" na perspectiva da linguagem e nos modelos assimilados pelas estruturas da aprendizagem, tipo - Posso sair? poder podes mas vê-lá, tu é que sabes! E assim o sonho de uns é a morte dos sonhos de outros. Estranho mundo este onde vivemos e há agitação marítima numa altura do ano onde as baixas pressões se tornam depressões se não forem furacões, fica-se com a pulsão inibida pela pragmática da instrução pois em titulo de capa as revistas dão-nos todos os finais, "veja aqui", então para quê ficar a espera em frente à TV que eles aconteçam? Por isso fui abrir a loja.

Álvaro Carvalho, 19 Fev. 2014.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Temos ai o Carnaval ou este é o Hospício onde vivemos - Bipolaridade proibida.

Agora! Talvez venha ai o Carnaval e Polariedade não é ser bipolar: 

Sonhos em sobressaltos de cores que no preto e branco se vão debatendo sem opinião, mas onde se trocaram as cores, para inverter a polaridade e fazer novas nuances mais esbatidas, que vão fazendo escorrer a tinta da caneta. Voltei a afiar os lápis, pois nem pincéis havia, de tanto esperar, por linhas abaixo cai e num papel vazio, eu enchi o de rabiscos, significando o que eu não se sabia. Insignificante os erros que vou fazendo na autografia e a minha caligrafia, nem sempre é igual. 

De tudo e de nada ou mesmo que seja por pouco, sabe sempre a pouco o alento da melodia que um olhar profundo pode ter no virar de uma pagina esquecida numa vã memória do tempo, mas que se foi preenchendo como se de um nada se trata-se, para poder ter valor.
No espelho a imagem quebrou e de tanta filtragem o reflexo passou a sombra e as cores voaram em paletes pela janela, de onde uma pomba acabara de sair, deixando para trás uma pena de uma manhã, num balcão de um parapeito ainda mal refeito da tempestade da noite anterior onde se apinharam preconceitos feitos pelo medo da seriedade da situação que se impunha ser solene e de grande transformação. Triste, mas sem emoção, saiu sorrindo como quem voltava de uma operação mal sucedida porque tinha sido mal diagnosticada de véspera e antes da chegada. 

O mar e a terra fundem-se, são pertença da vida, eu tenho sido das cores do mar, ora triste e cinzento, ora azul e verde de esperança, nunca serei da terra, pois há-de o fogo queimar este corpo que temporariamente me pertence para me rir nas ilusões dos sentidos e nas emoções que é onde vive a minha vaidade, que é a de ser sem pertencer  do universo. Onde nebulosas e caos e super-novas vão dando luz ao caminho, ao nascimento, que vou pintando pelas ruelas de uma pequena aldeia que fica numa ilha onde, todos os dias, ninguém lá habita. Para lá ir, há uma ponte que se chama eternidade e um silêncio de gelo que quebra qualquer humidade que as cores do calor não conseguem tornar num deserto. 

O sentir é alterado pela percepção dos cheiros, dos tempos, das vontades e querer pintar numa tela um vazio sem cor é o mesmo que ter um pomar, com uma só árvore e onde apenas há uma maçã para comer,.Mas, mesmo essa, está caída no solo da árvore da vida. Como não havia, nem vive, vive-alma, para a compreender ficou esquecida, perdida, no espaço e nas rugas da velhice, sozinha, só porque uma ponte não se passa sozinho, foi ficando pelos becos sem saída que eram pintados de aguarelas. Não há um só verde nem um só cinza ou seja nenhuma tonalidade é mais certa do que a que se quer ver. 

Naquele seu caminho, onde as cores não se misturam e vão as voltas loucas se escondendo de si, e entre si mesmo, lá naquele fundo onde se pinta com as emoções, lá onde se vê que o vermelho pode ser dor ou de angustia, ou até mesmo de catarse. Lá, onde, o amarelo tem o seu podercomo a luz do acto inconsciente da resiliência da arte de quem não sabe pintar se não tiver todas as cores numa mão e os espinhos noutra. Lá, onde, o futuro nos espera uma ponte viúva adormeceu esquecida do seu destino do seu encontro. Por isso de um lado temos o deserto onde crescem rosas e de outro temos o mar por onde andam sereias. Nada está esquecido, nada morre, porque a bipolariedade da vida é isso mesmo, ter opostos e pólos negativos e positivos. Não há um instante que seja igual. Se isto fosse um hospício seriamos todos normais e no Carnaval nem se nota nada, pois estamos todos escondidos, ou a fingir que estamos vivos.

Álvaro Carvalho, Fev, 2014.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Os Anjos também sabem descansar nos prazeres da Alma

Ah! hoje é dia dos namorados, a sério? mesmo dos que não têm morada? ou morada incerta na incerteza de serem o que não os espera. 
Ouvi dizer que os anjos também têm prazer mesmo na ausência da essência. Prazer da falta ou falta da presença. Os anjos não esperam nada no nada. O acto de namorar é evolutivo, coisa dos genes e das sinapses, mas o habito do prazer é humano e de realização. Se os anjos fizessem greve? Como seria o dia de amanhã? Ou e se, só por ironia dos destinados, os anjos também fumassem e depois acendiam a chama deles enquanto uns outros esperavam. 
O que seria da Alma se a Alma fosse só uma ou vontade de um anjo qualquer que se autonomia cupido da razão. Bem, faz o cupido em descansar dos prazeres da alma, saboreando num ritual ancestral, onde as Wickas dançam, o fogo que lhes fica do prazer da existência. 
Sim, porque sim e porque os anjos existem e têm prazeres e erros porque são do tempo. Do tempo em que se esqueceram de quem erram e procuram nos outros realizar os seus desejos e vontades, será moralmente castigo que se oprima o calor da vida numa palavra esquecida. Onde moram os anjos? no nosso coração ou na nossa vontade.
 Deixem-nos em paz e se não me deres uma prenda já não há namoro. Ah! então trata-se disso de quanto me dás ou de quanto eu dou valor. 
Um anjo saiu para fumar um cigarro há cinco minutos e ainda não voltou, talvez fique por lá, como aquele que saiu para comprar tabaco e apareceu sentado ao piano numa ilha sem saber o nome ou a razão da sua sonata. O piano não parava de tocar e deram com ele no final em apoteose fumando o seu ultimo cigarro com um anjo deitado a seu lado.

Todos os Anjos têm os seus demónios, boa.

Álvaro Carvalho, Fev. 2014.

ALMA: O Livro dos desejos

ALMA: O Livro dos desejos: Hoje fui espreitar ao facebook E voltei a encontrar aquilo que lá está Eu por detrás de uma página em branco. Que filmes vistes? Que ...

ALMA: Os Anjos também fumam.

ALMA: Os Anjos também fumam.: Esta frase têm tudo a ver com o dia dos namorados. Ah! hoje é dia dos namorados, mesmo dos que não têm morada? A culpa é do cupido, pois...

Os Anjos também fumam.

Esta frase têm tudo a ver com o dia dos namorados.
Ah! hoje é dia dos namorados, mesmo dos que não têm morada?
A culpa é do cupido, pois para uns, foi fumar um cigarro, porque sim os anjos também fumam e têm vícios e prazeres.
Para estar actualizado quer-se nas redes sociais e eu hoje acordei para embirrar com o facebook, com essa via de comunicação que me deixa sem palavras, via Ultra-rápida como se tudo tivesse que ser no já era ou já foste..
O homem pré-histórico vive nas novas auto-estradas, o facebook é uma dessas onde ele vive, também há quem viva num telemóvel ou numa caixa de mensagens.
Deixem os Anjos fumarem um cigarro, é sinal de descanso e de tréguas, celebradas nalgumas tradições com o cachimbo da paz.

2014, Fev. Álvaro Carvalho.

O Livro dos desejos

Hoje fui espreitar ao facebook
E voltei a encontrar aquilo que lá está

Eu por detrás de uma página em branco.

Que filmes vistes? Que raio de pergunta e falo para lá, ou melhor, correcção, escrevo aqui: o melhor de todos? Não obtive, palavra derivada de óbvio, resposta. Mas como sou narcisista, qb, digo eu na minha humildade e voltei a escrever: - o filme da minha vida. Ninguém quis saber, nem um like optive, palavra derivada de opção, sim porque os likes são meus. São credenciais da auto-estima, são abraços no meu ego. 

E como o facebook tem uma capacidade de nós colocar perto dos outros, sabendo que estando perto dos outros estamos perto de nós. Resolvo os problemas de imagem com partilhas altruístas ou ressentimentos escondidos nos cantos de uma frase, no amargo de uma palavra. Mas também digo de mim, será? Ou digo aquilo que penso que querem ouvir, enviando mensagens subliminares aos olhos mais atentos, onde noutros tempos era uma vizinha a janela, hoje são likes facebookianos. 
E assim vou para o meu dia com este ar por vezes estranho de mim mesmo. Até que surge outra pergunta: no que estás a pensar? Apetece-me logo dizer: - deita cá para fora, vá! E dou um sorriso ou colo um stricker que é um grafite da actualidade. Como sou do género masculino a minha primeira reacção foi dizer que: - bem! faço uma pausa que é um interdito e, bem eu não estou a pensar em nada. Mas pensando bem estava a pensar no que o facebook tinha para mim. Até já há comunidades, o que não é nada narcisista, e falamos para plateias de papel electrónico na esperança de que um like apareça, eu ponho like nas minhas coisas, para reforçar a ideia de que gosto. 

E, assim, vou pensado no que e do que eu, superlativo exagerado da minha pessoa, gosto menos ou com quem comunico mais ou menos e faço de mim personna, numa nova mascara onde o actor precisa de público para representar o seu ego. Sou igual a tantos sendo tantos diferentes de mim. Por isso sou gente, ou agente de mim. Enfim hoje vou para o meu dia pensando que há dias assim onde a razão é apenas uma página da vida, lapso, queria dizer do facebook. Acho melhor assinar e reforçar com um like. Dá-me individualidade e pertença e nem reparamos que fazemos as coisas esperadas, guiados numa pergunta. Quantos likes vai ter o meu comentário. E de quem?


Quem é capaz de rasgar uma pagina do facebook? Cuide-se pois pode rasgar uma pagina da sua vida. Passo a vida no face procurando um like, é uma afirmação que todos negam, pois porque será? Alguns até já têm nas entrevistas de emprego que responder: tem quantos amigos no facebook? de 1000 a 2000 diz-se social, activo, pré-disposição para acção. Já vi escrito, trabalho na empresa facebook desde ..., E vou abrir uma nova pagina...

Álvaro Carvalho, Fevereiro, 2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ALMA: A sala de espera

ALMA: A sala de espera: Todos os dias, mas mesmo todos, ele lá estava à espera, só porque lá estava escrito, sala de espera.

A sala de espera

Todos os dias, mas mesmo todos, ele lá estava à espera, só porque lá estava escrito, sala de espera.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

ALMA: Sobre os Olímpicos e os Jogos do favor: É Preciso ...

ALMA: Sobre os Olímpicos e os Jogos do favor: É Preciso ...: Sobre os Olímpicos e os Jogos do favor: Talvez não deva ter opinião sobre questões alheias, mas quando vejo uma noticia destas dá volt...

Sobre os Olímpicos e os Jogos do favor: É Preciso Restaurar o Homem?

Sobre os Olímpicos e os Jogos do favor:



Talvez não deva ter opinião sobre questões alheias, mas quando vejo uma noticia destas dá volta ao estômago. Primeiro, devido aos likes que se querem na net, para uma luta a favor da liberdade dos direitos do homem e citando, É Preciso Restaurar o Homem - Antoine de Saint-Exupéry, parece-me que é tempo. E por segundo, como se pode banalizar temas e fazer noticia com interesses próprios. 

Sem duvidas, digo eu, mas será que alguém acredita mesmo que é apenas uma questão de homossexualidade e de privacidade. Bloquear uma pagina? Qualquer um faz isso, certo? Falar da homossexualidade como se os Russos fossem débeis, ou atrasados cientificamente, que nunca manipularam a genética, ou que não sabem que os cromossomas x e os y é que fazem e determinam o género. Se há duvidas quanto ao género, não pode competir fora da sua maturação genética e não pela afirmação da sua sexualidade. Será que os Russos também eles não gostam dos seus filhos, perguntou-nos Sting na guerra fria. 

A politica não me diz nada, a liberdade sexual desde Marcuse, que citando, é a sociedade que bloqueia a felicidade do Homem, que prolifera pela Europa, sendo o próprio até um estudioso de Marx. 

Haja respeito, até por aqueles que tem preconceitos, estigmas ou dúvidas na sua existência. Não podem criticar a bissexualidade ou homossexualidade, mas podemos criticar que eles tenham essa visão, não será também um direito humano, não querer aceitar. 

Agora quanto aos Russos, eles sabem mais do que dizem, e como é que vão entregar uma medalha a um Ser na competição masculina sem teste genéticos do seu género a um ser feminino. penso que só na nossa inocência possamos debater assuntos destes levantando questões sérias com leviandade e cantos e contos do mal dizer. 
Deixem os Jogos Olímpicos em Paz, que eles por lá são todos profissionais. Onde estás Pierre de Coubertin, que um dia disse - "Que a Tocha Olímpica siga o seu curso através dos tempos para o bem da humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura", O que será que simboliza esta chama? O Fogo de Prometeu? a queima dos nossos pecados para a pureza ou então para a verdade. Que purificação é esta? A de superação do Super-Homem de Nietzsche? Ou continuamos a queimar as bruxas na fogueira?
Que comecem os jogos! e que a genética e o doping não tenham influência nos resultados. Alguém acredita nisto? Querem discutir os direitos do homem ou a verdade da manipulação. 

E de volta aos Epicuristas, na minha humilde opinião, os Jogos de hoje contrariam o destino do Homem, que evoluído, poderia trabalhar menos para ir vivendo mais a satisfação de seus desejos e pulsões, alguns chamam-lhe plenitude outros medalhas. 



Álvaro Carvalho,Fev, 2014.




Notas soltas; Os deuses olímpicos moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristais, construído no topo do monte Olimpo, uma montanha que ultrapassaria o céu. Alimentavam-se de ambrósia e bebiam néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites.
Já nesses tempos a sexualidade e os dopings faziam parte, até que Obélix caiu no Caldeirão e Ian Thorpe sofre de depressão.


Álvaro Carvalho, Fev, 2014.