quarta-feira, 18 de junho de 2014

Recensão Critica

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RECENSÃO

Álvaro Augusto dos Santos Carvalho


Resumo


Psicanálise. Joaquim Seabra Dinis. Biblioteca Cosmos; Direcção de Professor Bento de Jesus Caraça (da Universidade Técnica de Lisboa); Nº. 76/77 – 1ª Secção – Numero: 39/40 – Ciências e Técnicas – Ciências Psicológicas e Sociológicas; imprimido ao 19 de Janeiro de 1945.

http://revistas.ulusofona.pt/index.php/afreudite/article/view/1601

terça-feira, 17 de junho de 2014

Deixei de jogar porque não consigo passar de nível



Deixei de jogar porque não consigo passar de nível: 


Assim me apareceu na consulta.
Preciso de ajuda, tenho estado a jogar um jogo! Ah, então temos …, eu ia dizer um problema, mas contive o meu impulso, naquilo que eu achei ter encontrado para explicar a sua euforia, ele substituiu uma coisa por outra, então depois desta reflexão onde me vale a experiência, apenas disse num tom de levantar a dúvida ao mínimo, como se não tivesse a compreender: Ah, um jogo? Então, na minha perspicaz e lúcida dedução, pois é com muita confiança que faço as consultas e estudei bastante para poder compreender e predizer comportamentos, na minha arrogante astúcia dou por concluído que ele estava a precisar de ajuda. 
São poucos os que chegam à consulta neste estado de Determinação, a quererem fazer algo para mudar um comportamento, com o qual tem dificuldade em lidar. Sendo, que por vezes, há uma realidade não acessível, latente, que nas maiores partes das vezes e dos casos, quem tem mais dificuldade em lidar com esse comportamento, que se chama problema, é a família ou alguém próximo. E, o não identificar este problema, ou seja que há um problema, chama-se negação, ou que estão doentes. 
Os próprios, mesmo que não tenham reparado nos problemas que têm com isso, mesmo que o seu trabalho seja ingrato, não seja por vocação mas por necessidade, o que pode fazer que, o Eu entre em conflito e provavelmente doenças somáticos. São levados a acreditar que há um mundo melhor, de gratidão onde o Eu se satisfaz nas banalidades do dia-a-dia, sem causa um homem não subsiste, o Eu não se alimenta e regride naquilo que pode vir a ser ou a se desenvolver numa patologia, Esquecido de si, o Self neste conflito existencial, entre aquilo que virá será sempre melhor que aquilo que se tem, por isso só por hoje fica satisfeito na dúvida do sentido, não vá o diabo tecê-las e ele parecer um louco perdido de sentido. Não há justificações, nem tempo para ouvir um homem nas causas, não há causas. Trata-se o Breve em Terapias e depois se a remoção do sintoma der lugar a outro chama-se substituição, e não há cura pois todos podem voltar ao comportamento anterior. Como se isso não fosse óbvio e humano, também se chama processo de recaída a dificuldade de mudança para a “terra prometida”, vais ver que vão gostar mais de ti, que vais-te sentir melhor. Que sentes? Que raio, posso eu sentir, a não ser emoção e a expressá-la, não a quero classificar, não posso, não consigo, não quero. Ah, ponto de exclamação, então temos birra, um Rei Bebé em acção, não se pode agarrar querendo explicar o que é natural, para poder fazer parte de um qualquer relatório, ficar esquecido pelo pó, num arquivo. Neste espaço onde revejo técnicas apreendidas continua a terapia. Bem, disse eu, então compreendi que precisas de ajuda e que é por causa de um jogo. Sim, disse ele com um olhar algo estranho de quem está com pouca paciência e acrescentou, é por causa de um jogo, que me deixa fulo, andava eu todo contente, divertido a jogar, quando dou por mim a ter um problema. Não consigo acho que o sistema está viciado.
O sistema viciado?
Ah, Sim! disse eu, e como é que isso te afecta? Esqueces-te de fazer as coisas necessárias, básicas, como comer, ir a rua, brincar, estar deitado sem fazer nada, de estar com amigos, sexar, amar e ..... e aí "ele", que não sabemos quem é, levantou as suas orelhas e franziu as sobrancelhas e eu pensei, “Eureka, quando caí do sofá” como se tivesse acertado em cheio no seu vazio, que o tinha confrontado com a sua impotência perante o seu comportamento, onde ele se sentia preso numa teia, tecida por ele mesmo. Veio-me a memória um Kuan oriental que diz “Tu és a solução para os teus próprios problemas”. Então pensando ter aberto uma porta aberta, perguntei-lhe com comoção na voz, directo ao assunto como uma seta em direcção ao alvo, na muge. Então! por que não paras? Aí surgiu e mostrou-me um ar suspeito e desconfiado e respondeu, Mas como sabes que eu não parei? Pronto! pensei eu de mim para mim, temos confusão, voltou para Contemplação. Não sei, eu apenas perguntei. E refiz a pergunta como mandam os cânones, então diz-me lá o que se passa com esse problema como o jogo, paras-te ou não paras-te? Ou estás a ter dificuldade em parar. A perspicácia tomou conta da sua certeza e disse-me logo, sem hesitação e algo zangado, que não falou de problema nenhum, e que apenas disse era que precisava de ajuda e que eu o estava a deixar confuso. 
Eu? aí identifiquei Negação e vi logo que estávamos com um problema e que se ele não me podia ajudar então era difícil identificar o problema e a mudança necessária para o fazer. Ele, também confuso perguntou-me: mas tenho que mudar de comportamento? Sim, claro! como queres mudar algo que não te está a fazer sentir bem, estás com raiva? Estou? Perguntou-me ele, ainda mais confuso e surpreendido. Então, se eu peço ajuda é porque estou com um problema que não consigo resolver. Lindo “menino”, claro e fiz-lhe um elogio, algo que não se faz em terapia mas que aqui não é desaconselhável pois mantêm o paciente mais submisso ao que eu prefiro chamar de rendido. Esta, talvez tenha sido a consulta mais difícil de ter e parece que estou num beco sem saída, dissemos ambos sem mesmo o dizer um ao outro. 
Boa, reflecti eu, estamos a ir bem, fala lá então de ti. Bem o problema é que no jogo, não consigo passar de nível, não consigo mesmo, nem sei como se faz, não conheço ninguém que jogue a isto e estou stuck, deixei de jogar porque não consigo passar de nível. 
Será que me podes ajudar a passar de nível ou explicar como se faz, tenho aqui a aplicação. Então entendi tudo, andava a jogar Poker e nõ queria levar "pissadas" ou seja apenas ele queria ganhar com a sua mão que ele achava ser a vencedora, no nível seguinte, um dia, talvez um dia ele aprenda que a frustração faz parte tal como as alegrias. Mas parece que ele valorizava mais as "derrotas" ou seja quando as coisas não corriam bem, ou seja como ele esperava ou queria e esquecia-se do que há jogo até ao fim, tal como a vida, é por isso que aparece o river, algo que lá para os lados do Texas todos queriam atravessar sem problemas e outros preferiam evitar, porque tinha muitas correntes e mudava a sorte dos que o queriam atravessar. É que do outro lado estava novas perspectivas de futuro, terras prometidas e outras mãos. Chegou muitas vezes a perguntar como é que o outro com aquela mão que ninguém joga, ninguém? então para que existe todas as combinações possíveis e probabilidades com 52 cartas saídas de um baralho sem saberem ao que vão. Muitas vezes "ele" disse «Tas a pagar com o quê?» ou Donk ou tatatitata... Chateou-se com as cartas, chateou-se cm ele, zangou-se com amigos. Chateou-se com o jogo e aprendeu a não desistir e a ser humilde, e a confraternizar e a não transformar um jogo numa batalha pessoal, passou a respeitar. Aprendeu que as pessoas são diferentes e vêm as mesmas coisas de forma diferente e que também acreditam em coisas e causas diferentes. Passar de nível para "ele" era começar a ganhar mais e de tão cego que estava que não se apercebia que já estava no nível seguinte com tanta aprendizagem. Pronto podes ir, hoje não há mais consulta. 

Notas: Qualquer associação a lugar, pessoa, ou jogo é uma mera coincidência desta imaginação.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

o que é diferente? ou igual?

Não sei o porquê mas nunca fiz algoque não fosse eu. Sou é estranho para a normalidade que fui tendo na vida. Hoje na que tenho, sou menos estrangeiro. 
Não tenho uma cor preferida. Não tenho partido. Não me diz nada o falar por falar. Farto de me rir, sozinho. Também falo sozinho. As vezes não tenho nada para dizer e noutras não faço nada. Consigo estar sem pensar, demorou muito mas aprendi. Jogo sempre para ganhar. Não gosto de ser diferente nem igual. Tenho dias onde não entendo nada. Nada do que as pessoas dizem parece outra linguagem. Não tenho um filme preferido nem um livro. Nem uma música. Não sou o meu carro ou a minha casa.

 As vezes sou um vagabundo da vida.