sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Jogo é real ou uma fantasia do Ego

JOGO PATOLOGICO OU NORMALIDADE:


O Jogo é um problema onde vivemos as nossas fantasias ou a realidade. 
Ou, mais ainda, Onde andamos nós à procura do mundo perdido de WaltDisney-World ou será do Vale-Paraiso de Matrix?



Jogar é colocar algo de valor em risco na esperança de obter algo de maior valor.  
Nem sempre esta definição está correcta, disse quem disse e têm valor mas é questionavel.

Jogar pode ser lúdico, social, recreativo, profissão e até uma Adicção. E têm vários aspectos culturais.

A CiberPsicologia veio alterar a realidade virtual e a normalidade. A forma como se enquadra no panorama actual é sem duvida o futuro do futuro. Matrix já esteve mais longe e as infinitas possibilidades de ajuda, até ao infinito e mais além (Toy Story). 

No DSM-V, o Jogo já não aparece como acto e ou comportamento ilegal nos Critérios de diagnóstico. Portanto será necessário ter cuidado ao abordar  este tema falando apenas nos aspectos patologicos do jogo. O mesmo será dizer que em estudos os gráficos que aparecem são logo a partida enviesados por se considerar jogar uma patologia. Erro grosseiro que não deve ter sido do SPSS mas do questionário. A pragmática da questão pode-se ser levantada.

Qual é o verdadeiro valor de uma acção quer na compra quer no uso de uma raspadinha? 
O Monopólio é um jogo que pode demorar quantas horas? 
O Domino joga-se a dinheiro e é um jogo de sorte ou azar?
Pode um canal publico oferecer dinheiro por uma chamada em milhares?
O jogador de Dostoevsky está de volta.

O bingo e os casinos já são virtuais e estão abertos 24H na NET.
Os Jogos Olimpicos são jogos da Verdade ou são profissionais?
Há Doping no Desporto?

Com as mudanças tecnológicas e novos paradigmas, novos modus vivendi, as leis procuram se ajustar contra a corrupção e os mercados paralelos. As legislações lutam pelo domínio das causas e pelo poder da coisa em si e tentam minimizar a perda de controle. Justifica-se assim prevenção e os alertas. 

O Jogo online, interactivo, remoto ou via internet é uma forma de jogar através do telefone, telemóvel, Tv interactiva, internet ou outra modalidade que permita acesso não físico ao local de apostas. 

Gamers: “jogam compulsivamente online, até exclusão de outros interesses, de forma persistente e recorrente….. Sem ser a dinheiro. 

O Jogo patológico é caracterizado por uma contínua ou periódica perda de controlo em relação ao jogo; uma preocupação em jogar e obter dinheiro para jogar; por pensamento irracional e manutenção deste comportamento apesar das consequências adversas.

Comportamentos Tipicos:
Muitos deles possuem fortes distorções ao nível do pensamento (negação, superstição, híper-confiança, sensação de poder e controlo sobre o jogo), sendo o dinheiro a causa e solução dos seus problemas. 
Alguns são impulsivos, competitivos, enérgicos, inquietos, entendiam-se facilmente, preocupados com forte necessidade de aprovação de outros, generosidade extravagante (se ganham…).

No DSM-V, 2013 (Manual de Diagnostico e Estatística das Perturbações Mentais). A Perturbação ou distúrbio de jogo (Gambling Disorder) insere-se na Categoria: Adições e perturbações relacionadas (Addictions and related disorders) de ligeiro a severo em função da quantidade de critérios preenchidos. Classificado de ligeiro, moderado ou severo em função da quantidade de critérios. Com vários motivos e elementos comuns com o uso de substâncias psicoactivas.

É uma Adição/dependência comportamental (Behavioural addiction). Neste DSM-V o Jogo já não aparece como acto e ou comportamento ilegal nos Critérios de diagnóstico.

CARACTERISTICAS e CRITÉRIOS de DIAGNOSTICO:
1. Aumento das apostas para obter mesmo estado excitação.
2. Irritável ou inquieto se tenta parar ou reduzir.
3. Tentativas sucessivas para reduzir/controlar jogo sem sucesso.
4. Preocupação frequente com jogo (arranjar dinheiro, reviver experiências de jogo, planeamento de jogadas..).
5. Aposta como forma de escapar a humor disfórico (culpa, ansiedade, depressão).
6. Tentativas persistentes de resgate (recuperar o dinheiro já perdido).
7. Mente na tentativa de branquear envolvimento no jogo aos próximos.
8. Prejudicou ou perdeu relações significativas, empregos ou carreiras académicas por causa do jogo.
9. Recorre a outros em situações dinheiro desesperadas por causa do jogo .

Especificidades dos jogos de Sorte ou Azar:
1. Depois de perder dinheiro no jogo, retorna frequentemente no dia seguinte para recuperar o dinheiro perdido;
2. Contar com outros para prover dinheiro, no intuito de aliviar a situação financeira desesperadora por causa do jogo.
3. Cometer actos ilegais como falsificação, fraude, roubo ou desfalque para financiar o jogo;

Nova alinea: todas as respostas estão correctas?

Quem nasceu primeiro o Ovo ou a Galinha?
Mas não respondam a essência do problema se está no jogo ou na personna. (Igual ap Alcool, se o problema está no álcool, todos são álcoolicos, o que é uma falsa crença.)
Outros Problemas – Associados:
Algumas estudos científicas indicam que o jogo patológico é uma adicção, muito semelhante as DQ (Dependências Químicas). Foi identificado em alguns jogadores patológicos um níveis de noradrenalina mais baixos que em jogadores normais, provavelmente por dessensibilização dos receptores de catecolamina. Noradrenalina e dopamina são secretados em resposta a eventos stressantes e excitantes, causando sensação de alívio e prazer diante de sucessos, mas jogadores patológicos precisam jogar cada vez mais, e com cada vez mais riscos, para obter o mesmo prazer que jogadores ocasionais. Esse mecanismo é muito semelhante ao de dependência química.


Torna-se difícil, principalmente quando se diz Eu não tenho um problema. Ah, não? Então não crescemos nós a jogar, não aprendemos nós a jogar. Não é a interacção do jogo que saímos do nosso egocentrismo e que nos desenvolvemos. Então quem criou o problema?





Muitas das referências deste trabalho são retiradas de um trabalho do Psicologo Pedro Hubert, estudos e dados de 2013.

AC.,2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

COACHING & POKER - Relação e Mudança


Esta abordagem visa alertar para a seriedade do assunto do "Coaching" que na minha opinião tem vindo a ser banalizado ou está apenas desatualizado.

Na Escola temos várias disciplinas e para isso temos vários professores.

Portanto o caminho certo é uma Escola e o trato Académico que este jogo da Mente e das Emoções - O POKER - requer por isso escrevo sobre este tema, abordando com profissionalismo um tema para quem trabalha com profissionalismo, brio e integridade.
No Coaching existe uma relação Terapeutica? As teórias explicativas do fenómeno sobre a relação terapêutica encontram uma resposta comum e central que vai ao encontro da hipótese levantada “Como funciona a relação terapêutica e a sua importância” de que é a relação terapêutica e a forma como ela se estabelece a peça fundamental em todo o processo para se efectivar o processo de motivação que leva a mudança e em que o terapeuta (coaching) desempenha um papel activo.

Pelas várias perspectivas teóricas o mesmo comportamento pode ter origens e motivações diferentes e podem ser entendidas tendo em conta o tipo de pessoa e em que situação se encontra. Os métodos de avaliação da personalidade são também eles alvos de controvérsia.
A problemática envolta nas abordagens, levanta as seguintes questões: Qual a mais eficaz? Qual é a que vai ao encontrar do individuo? Como é que ele se estrutura nesse encontro? Como se torna ele próprio com sentido de vida e nos seus objectivos? Todas estas questões encontram uma resposta comum e central, a relação terapêutica. A relação terapêutica parece ser uma peça fundamental em todo o processo. Mas talvez seja melhor ficarmos pelo veredicto do pássaro dodo de Alice no País das Maravilhas.
Entre algumas, encontra-se a Psicologia Humanista, abordagem não-directiva, tem como conceitos fundamentais: o Método Fenomenológico, a tendência actualizante (a motivação é construtiva, para o seu desenvolvimento enquanto pessoa); a não-directividade. A relação terapêutica e o processo de mudança – A compreensão empática (sem preconceitos), o olhar positivo incondicional (redução das experiências ameaçadoras) e a congruência (não estar preso a sua rigidez). A aceitação do outro; centração no sujeito; empatia; não directividade; compreensão. Há portanto que ter confiança no individuo, escutá-lo plenamente numa atitude compreensiva e respeitosa, que lhe vai permitir desenvolver todas as suas capacidades. A existência individual caracteriza-se em cuidado, construção e responsabilidade, na medida em que indivíduo cuida de sua existência procurando conhecer-se e compreender-se na relação com o outro. Em quatro dimensões: Física, Social; Psicológica e Espiritual.

“Não preciso de terapia” é uma afirmação muitas vezes ouvida no meio. Tal como «Coaching para quê?» e que levanta a questão da motivação para o processo de mudança e do estabelecimento da relação terapêutica, e ainda, da questão quem são na realidade os que mais precisam dela, os mais necessitados, e qual o papel do terapeuta, Vous ête engagé de Satre parece uma afirmação pertinente para o processo de mudança se poder realizar.
As abordagens motivacionais preocupam-se com a mudança e a sua manutenção. O que é a motivação? As estratégias de Mudança encontram-se hoje bem explicadas pela Intervenção Motivacional. O Modelo Transteórico de Mudança de Prochask e DiClemente fala-nos da mudança numa perspectiva de abordar as fases com as técnicas correctas para o individuo. Percorrer desde o estádio de pré-contemplação, contemplação, determinação, acção e manutenção. A acção de mudar, habitos ou manter niveis de eficácia, cria stress e envolve processos que podem desencadear em determinados indivíduos estagnação ou actividades deslocadas. Este modelo visa a adaptação das fases de forma a concretizar os objectivos.
A grande descoberta da empatia parece ser o caminho essencial para uma boa relação terapêutica, a abertura da porta que não se queria abrir. A melhoria dos instrumentos de diagnóstico e dos instrumentos de avaliação bem como a evolução das técnicas contribuíram para uma intervenção terapêutica a níveis nunca antes alcançados. A relação terapêutica parece assim ser fundamental para o sucesso do processo de mudança, e a confiança parece ser a mãe que alimenta tal como a mão que cura.

O coaching Mental não têm um único objectivo, o de ganhar, nem se associa ao que é _aprender" a jogar. Ou acreditamos mesmo que só aprendemos por imitação e depois por desenvolvimento. O Poker têm muito mais variáveis desde disciplina, auto-gestão, muitas horas de trabalho isolado, regras e estilos e mais muito mais. O Coaching Mental-Emocional são formas de prevalecer na actividade de forma natural e motivado. Este pequeno artigo visa questionar a efectividade da actividade denominada Coaching-Desporto (Numa classe Profissional de jogadoes de Poker, que não se enquadra de certeza nos traders). Uma coisa é ensinar a jogar e isso é um treinador, mas um coaching é um titulo/pratica que vai muito mais além.
Uma sessão de coaching é um tema mal utilizado neste contexto, pois uma aula é de estudo e mesmo que seja inter-activa é apenas uma sessão de estudo que não se enquadra no termo Coaching actualizado as novas realidades.

Atenção! (vejo na Net "gente" a pedir coaching sem saberem a quem?) O coaching não pode ser um tabú, escondido mas na realidade e necessidade de manutenção e crescimento de uma actividade profissional tão exigente.Qquem têm formação para tal e capacidades para tal, Profissionais liberais? podem, dá-se ou vende-se "coaching" pelos resultados.
A credibilidade não está associada só aos resultados e há treinadores que são melhores a fazerem o que sabem e que adquiriram formação para tal e que são melhor do que quando jogavam a bola.
Já passamos há muito os tempos onde os treinadores eram os bons jogadores. Hoje com as novas necessidades temos que ir muito mais além .....


AlmaCarvalho.


Álvaro Carvalho, Fev. 2015