sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Os Anjos também sabem descansar nos prazeres da Alma

Ah! hoje é dia dos namorados, a sério? mesmo dos que não têm morada? ou morada incerta na incerteza de serem o que não os espera. 
Ouvi dizer que os anjos também têm prazer mesmo na ausência da essência. Prazer da falta ou falta da presença. Os anjos não esperam nada no nada. O acto de namorar é evolutivo, coisa dos genes e das sinapses, mas o habito do prazer é humano e de realização. Se os anjos fizessem greve? Como seria o dia de amanhã? Ou e se, só por ironia dos destinados, os anjos também fumassem e depois acendiam a chama deles enquanto uns outros esperavam. 
O que seria da Alma se a Alma fosse só uma ou vontade de um anjo qualquer que se autonomia cupido da razão. Bem, faz o cupido em descansar dos prazeres da alma, saboreando num ritual ancestral, onde as Wickas dançam, o fogo que lhes fica do prazer da existência. 
Sim, porque sim e porque os anjos existem e têm prazeres e erros porque são do tempo. Do tempo em que se esqueceram de quem erram e procuram nos outros realizar os seus desejos e vontades, será moralmente castigo que se oprima o calor da vida numa palavra esquecida. Onde moram os anjos? no nosso coração ou na nossa vontade.
 Deixem-nos em paz e se não me deres uma prenda já não há namoro. Ah! então trata-se disso de quanto me dás ou de quanto eu dou valor. 
Um anjo saiu para fumar um cigarro há cinco minutos e ainda não voltou, talvez fique por lá, como aquele que saiu para comprar tabaco e apareceu sentado ao piano numa ilha sem saber o nome ou a razão da sua sonata. O piano não parava de tocar e deram com ele no final em apoteose fumando o seu ultimo cigarro com um anjo deitado a seu lado.

Todos os Anjos têm os seus demónios, boa.

Álvaro Carvalho, Fev. 2014.

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