sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Aquele tempo era o seu tempo? O segredo está nas tuas mãos.

O Tempo está nas minhas mãos.
(ou brincando com o tempo tal como ele brinca comigo)
Haverá um tempo, em que o próprio se vai encontrar consigo e sem resistir ao tempo será aceite só por o ser. O tempo será um tempo sem tempo. Sem tecto, sem abrigo, sem solidão, sem existência. O que vai sendo esquecido torna-se perdido nas memorias, nos silêncios onde se sente a brisa do tempo que por cá se faz ou do tempo que se vai. Apareceu o tempo desconhecido de Si e sem o saber deu-se a conhecer aos que tinham tempo para o encontrar num murmúrio enternecido na voz muda que se rendeu ao tempo em que não se sabia nada dele. Noutros tempos, noutras eras o tempo fugia de Si mesmo com medo de se encontrar numa esquina, onde o beco não tinha saída, sim porque ninguém dá a volta ao tempo. O tempo volta por si só. Não existe solidão no tempo apenas saudosismo do tempo que se esqueceu de se despedir da sua viagem no tempo. Naquele tempo, o tempo partia rumo ao futuro deixando para trás o tempo de um tempo passado no qual ele não se queria reconhecer por lhe ser estranho, estrangeiro viveu no absurdo. O tempo é esse estrangeiro que me visita que se senta a minha mesa que me faz de esquecido apenas para me lembrar que tenho tempo, muito tempo, Tenho todo o tempo de uma vida; - Disse o tempo de ele para si próprio. Serei assim tão breve ou tão importante para mesmo assim insistirem em viver comigo, no meu tempo, sem tempo ou com tempo a mais, do que o permitido pelas leis da vida. Entregamos a nossa vida ao tempo com medo de nos esquecermos de ser e estar na nossa vida. como posso Ser se não há tempo perdido, nem memorias esquecidas, apenas há um tempo desconhecido de mim que me torna vivo e presente sem fim, de um tempo, que sem saber como vai ser, já o sou. 
Vivo no tempo que o tempo me permite viver. 

Tenho o tempo nas minhas mãos.

Livre, o tempo partiu e sem tempo ficou para completar a sua obra, Não há tempo disponível nem previsível  tudo neste caso depende do tempo e da importância que lhe damos. damos o real valor ao tempo ou prendemos o tempo na nossa existência?
Eu não uso relógio, é verdade não tenho tempo para isso.
Mas se estás confuso com o tempo, olha para o tempo que ainda tens. Tens tu tempo para seres tu próprio?

*Álvaro dos Santos Carvalho, 2012.

domingo, 11 de novembro de 2012

A Honestidade é uma Falsa Crença?


"PEDIU AJUDA PARA O "BRAÇO", QUANDO NA VERDADE LHE "DOÍA" A "PERNA".
 SAÍU COXO DO TRATAMENTO."

Hoje a grande capacidade, dos meios de diagnostico, ao dispor do terapeuta e a panóplia de Técnicas de Intervenção, bem como as Êquipas Multidisciplinares, permitem uma "visita" compreensão mais holistica, do que procura um tratamento e uma resposta à pergunta que temos quando adoecemos; «Só sei que não estou bem» ou então está em negação: 'Não pode ser assim tão grave». O técnico não se pode desresponsabilizar na interacção com o paciente.

Temos, a percepção que queremos, do problema, é apenas a nossa percepção, e sem o principio da "tábua rasa" estigmatizamos o outro, julgando-o na doença porque as patologias são variadas e tal como Freud predisse o retirar de um sintoma pode fazer reaparecer outro. Se soubermos ler o lapso tudo é um pedido de ajuda.

*Álvaro Carvalho, 2012