O vôo da Alma (clic para voar)

Afinal de contas o que é que eu tenho para contar?
Eu que apenas conheço seres que nascem, vivem e morrem. Eu que sou feito disso.
Não me parece que seja bom, ouvir os seres para os compreender. Palo Alto e Talking Cure são remédios de um passado que hoje se quer estatisticamente comprovado.
Despido de Si, vai um homem sem olhar. Os olhos que nele se põem são para se poderem comparar. Equilibrios que se estabelecem no caos da alma. Mas uma alma em caos não está morta de vida apenas diferente de um sentido normal quantificado na razão da dignidade.
Ponha-se dignidade nesse homem, vistam-no de luzes e festas. Façam-no Ser aquilo que todos querem.
São os psicologos os novos filosofos da alma?
O que é que procuramos?
Consciência, alma, verdade, vazio, não estarmos sozinhos. Utopia?. Como se pode compreender aquele que se dá a conhecer na sua visão, feito da sua negação, miopia.
Aquele que se diz ser, não é apenas uma voz que quer acreditar na sua existência.
É a voz o reflexo da alma?
O dom de ouvir está no saber do silêncio. Que silêncio tem a alma? Se tem peso «21 gramas»? tem de certo voz, se tem voz tem silêncio, não é uma empty box mas um silêncio sabio, não estupido, mas lucido, aquele da arte da comtemplação. a arte do Ser.
O segredo do silêncio está em saber mantê-lo, escutar o silêncio e não a voz que há dentro de nós, que "flasha" os nossos pensamentos que rasga nas sinapses, que emergem da alma do ser e do mundo.
Escutar o silêncio do mundo é algo que eu tenho por hábito. Claro que o mundo tem o seu ruido, a sua fome, o seu silêncio, claro que tem! porque o mundo é vida. E, sendo vida, tem alma. Como a gente. Como eu e tu, como nós.
Escutar o silêncio num templo meditativo onde o tempo deixa de o ser para passar a existir. É num fundo uma luta entre a essência e a existência.
O que me alimenta a alma é a vida, que adquire forma para ser exclusiva. Quem vive? sou eu! O eu, esse Atman que me ilumina e rege em sentidos e que vive no tempo, em vários tempos, ilusões, desse que alguns chamam de relativo.
Somos filhos dessa relatividade Espaço e Tempo, do Aqui e Agora onde o Aqui é a dimensão Espaço, o lugar e o Agora é a dimensão tempo, o momento. E tudo depende disso, o que reduz concerteza o livre arbitrio, apesar das viagens de avião estarem mais baratas e a vida ser em directo, desde o lugar do observador, num BigBrother, ou Truman Show.
No entanto num mundo tão pequeno continua a haver grandes distâncias, estradas desertas, cidades fantasmas, normas e regras não vá a civilização perder o norte que a devia orientar, pois já não sabemos orientar-nos pela estrelas e já não as conseguimos distingui-las dos satélites.
No outro dia pensei um desejo ou desejei um pensamento, e desejei, a uma "estrela cadente", residuos de pedra que cairam na atmosfera, mas na verdade não sabia se não podia estar a desejar algo a um satélite ou parte dele que caía ou ao lixo espacial, que ao entrar na atmosfera entra em combustão porque não aguenta a pressão. Numa arte rupestre, desenhei na minha mente esse momento e vi-me num alento fantasista do real sentido como no criacionismo, um «os deus devem estar loucos» desta modernidade, uma dualidade entre fé e ciência. Não sofro de nada que não sofra o mundo. Sou do mundo e da vida.

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