domingo, 16 de março de 2014

A consciência ripostou

Despido de si, vai um homem consciente de si. O homem já não é senhor na sua casa, ficou no divã...

http://www.youtube.com/watch?v=5FlJYPBTyqU&feature=share&list=PL9F43FD645940CC70&index=7

Já li muita coisa e sei que isso de dar ouvidos aos outros, se chama, emprenhar pelos ouvidos, ser parte do rebanho ou influência social. O homem torna-se prisioneiro das suas decisões, não é livre, pois tem consciência e a liberdade está associada e confunde-se ao homem alienado no grupo, na sua totalidade passiva, que se produz como factor para a sua integridade, renega a sua condição em proveito de um todo, este alienado pelo social encontra-se vazio, desprovido de sentido como um Robinson Crusoe que se vê preso na liberdade da sua condição, na qual não teve escolha, ou livre arbítrio. A consciência sofre da intencionalidade da fenomenologia e do inconsciente Freudiano. Ter consciência é ter sempre consciência de algo, de Husserl, em Hume até Sartre. Eu sou mais aquele igual ao homem que ultrapassa as dificuldades e que se fez a si próprio. Lembrando Saint Genet de Sartre ou a Resiliência das crianças do Haiti. Eu ripostei, mas tu não estás só no mundo, pois tens a liberdade de não escolher e estás sempre colocado diante do outro. O absurdo da existência é sem dúvida o encontro que fazes contigo mesmo pelo confronto com os outros, “Houis clous”, será sempre o infindável truque mágico da fé no humanismo, na viagem Utópica de Moore. 
A consciência ripostou, logo e também, na sua cultura, mas é também o Absurdo de Camus. Eu aproveitei e filosofei mais, para me confundir numa intelectualização de razões absurdas mas vincadas de significância do seu significado, pois também é uma técnica, ouvi dizer por ai, que deixar alguém confuso é bom para se poder tomar uma decisão ou uma não decisão. Como é que o mundo, a vida pode adquirir um sentido para ti? se estás ausente do sentido de ti, procuras o teu reflexo numa passagem do tempo onde te esqueces-te de ser o futuro. Sendo considerado motivação as falhas do passado projectadas no futuro, como se fosse para chegar a algo que se quer conhecido antes de se ter descoberto. Um homem não é mais do que a soma dos seus actos. Onde, os seus “actos falhados” são a inconsciência da sua verdade, porque falhamos ao optar, ao escolher, castrados da realidade da decisão é nos permitido escolher moralmente o que vai contra os desígnios do homem e acarreta culpa, Sísifo subindo e recomeçando numa programação ao estilo de Matrix para não ser esquecida, para doer na consciência, na condição ou num “País das Maravilhas” onde Alice se perde para se encontrar. 

Tu não serás outro se não fores tu próprio, assim ficas confuso, e deves ter em consideração o viver em comunidade, com os outros para os outros, assumindo o teu papel, tu és o actor, o fazedor da tua realidade. Então estás-me a dar razão, falou-me a consciência inconsciente e com os olhos meio a brilhar, posso ser quem eu quiser, não há juízos, preconceitos, nem prévias condições. Posso ser o que não sou, também, certo? Mas se estabelecer a minha condição nos outros, vou ser Julgado pelo seu olhar, o olhar não reflecte nada do Ser, pois apenas é reflexo do que os outros julgam parecer. Nada é o que realmente parece. Então posso estar em dúvida com a minha condição. Posso ser quem eu quero, num eu imaginário, sem ser preciso estar fixado numa convenção de marcas, de produtos, de números, de classes. Como sou eu? se tenho que ser eu com os outros. Queria-me refugiar na mentira, nas desculpas, nas justificações, queria ser incapaz de distinguir para poder perseguir, sem vantagens, sem o juízo critico, cínico ou clínico, sem o olhar do outro sobre mim que me julga nos seus conceitos, pré-conceitos e desfeitos, que é uma forma nova de dizer, aquilo de que não somos feitos. A medida que vamos aprendendo, a verdade, deixamos as máscaras, caiem também os personagens, já não há palmas na plateia, e o actor está nu, e mesmo assim haverá algo para retirar nem que seja a sua mente. 
Despido de si, vai um homem consciente de si. O homem já não é senhor na sua casa, ficou no divã, eu não quero isso para mim. E, ando bem pior, desde que faço aqui terapias contigo, antes, não tinha estes problemas era eu e isso bastava-me. Agora estás a exagerar, foste tu que vieste com essa dúvida de seres o que não pareces. Levantei a duvida a hiperbola. Para Mudar não basta só acreditar, há um impulso, algo mais do que nós, Superior que nos impulsiona para o acontecimento. "The Way".

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