quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Um Robinson nunca está só! nem á Sexta-Feira!

Ainda nem o dia tinha começado, já o sabia de côr. Saiu sem dizer nada e não via ninguém. depois com atenção reparou que estava numa ilha, na sua ilha. 
O Mundo tinha fechado. Lembrava-se vagamente de naufragar e que tal como um naufrago tinha sido salvo por uma onda qualquer. Ainda senti-a o cheiro das algas e o Sal na boca. Vagueou pela areia e entre rochas na praia foi vigiando o seu mundo para sobreviver. 
Os dias cansaram-se dele e a noite não lhe fez companhia. Com o tempo não foi esquecendo, foi tendo saudades e queria partir para poder voltar. Aprendeu a ouvir o silêncio, os seus pensamentos não falavam. As vezes vinham memorias que traziam imagens sem legendas, sem som. Por vezes desejos e fantasias do que poderia ser. Outras nem por isso. Fez o tempo sentir-se perdido e as horas perderam o sentido. As vezes parecia ver algo parecido com alguém ou ouvir. 
O seu desejo de sair da Ilha não se fazia cumprir. Fez uma canoa, mas não havia direcção. Tentou voltar e voltou, um dia, ninguém sabe como, mas voltou. Nem o próprio quer contar, diz apenas que: - voltou. A sua sede social rapidamente secou e voltou a nado para a sua Ilha. Diz que gosta de lá estar. É só ele e o Mar.

Ser Eu mesmo é  gratificante.

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