Porque existe um conceito que se chama Só Por Hoje:
- E tu! Onde estás sentado?
A felicidade em Sisifo apenas pode ser entendida no existencialismo de Sartre - "O existencialismo é um humanismo", onde em Huis Clos nos encontramos sem espelhos, Aqui se levanta a questão primordial, o que é o sucesso e o qual a motivação (...A liberdade dá ao homem o poder de escolha, mas está sujeita às limitações do próprio homem...)
A essência do Homem é a sua Verdade, Narciso não entra nesta Divina Comédia.
Sobre Sisifo sabe-se que era um pastor de ovelhas (cá está o conceito, somos ovelhas deste rebanho) e filho de Éolo, o deus dos ventos e era tido como a pessoa mais ardilosa que já existiu, ao apanhar o ladrão que lhe roubava o gado , vingou-se seduzindo e engravidando a sua filha Anticleia.
O Absurdo é que o próprio Sisifo consegue enganar a morte. O desejo da eternidade.
Mas o que é essa eternidade se não um Karma. No Hades Zeus condenou Sisifo, o Homem, a vergonha, onde deveria empurrar uma enorme pedra até ao cimo do monte e quando lá chegasse de tão cansado a pedra caie e de novo tinha que iniciar a sua tarefa. E assim seria pela eternidade, quantas vezes pensou em desistir? Aqui entraria Prometeu, que roubando o fogo aos deuses queria a mesma sabedoria (à época o homem era maquinista operador, mas ficasse o Mito pelo que não o satisfaz). O que conta é o que o faz viver, a sua motivação, este é o absurdo da condição Humana do Existencialismo.
Por isso só faz sentido o momento, nada há para além disso, Hegel sabia.
A Verdade por detrás do Mito/Ensaio, ou o poder do inconsciente Freudiano:
Em Huis clos o inferno são quatro paredes, no exit.
Os três ( A Divina Trindade, sempre presente) encontram-se pela expressão da sexualidade, há conteúdos de bissexualidade (tal como em Simone de Bouvoir) onde uma tenta seduzir a outra que se sente atraída pelo homem. Onde vive a paixão, o desejo, o ódio, a inveja, a sedução, a traição entre tantas temáticas Sartre força a moral e os puritanos a se questionarem na sua liberdade. Aqui sim o inferno que o próprio vive são os outros, Já em Freud sintia-se o alerta para a inibição da pulsão. A essência não pode estar presente por convicções, Kinsey no seu relatório falou-nos disso. E a bissexualidade feminina não era tabu? Mas Marcuse com a sua revolução sexual era destes tempos.
Aqui, pouco se sabe ou pouco se diz, não vá ser interpretado como um desejo, uma fantasia, mas parece que Sartre se retrata a ele próprio, no inconsciente, na relação com Simone. Esta trindade também inspirou Henry Miller com Anais Nin, ou ainda em Kundera.
E é nos olhos dos outros que nos vemos? e que nos entendemos. Não existe Solipsismo. O inferno são os outros, não há saída. Para Sartre, amigo de Camus (mal entendido por vezes) o existencialismo é uma esperança e não uma nauseá. Podemos ainda assistir a critica da razão dialéctica e que "O homem está condenado a ser livre".
A existência procede a essência, por isso no ensaio de Camus sobre O Mito de Sisifo ele é feliz na sua realização, não existe revolta.
sobre o Espaço e o Tempo:
O Espaço é Aqui e o Tempo é Agora.
Este é o nascimento do conceito de Só Por hoje e/ou Só Por Agora. que vai buscar nas suas origens ao Aqui & Agora do Oriente, Budista.
As cadeiras já lá estão, no palco da vida, vazias ainda, mas os protagonistas vão entrar e tu? Onde te sentas? és um dos actores ou os dos que compraram bilhete para assistir na plateia à sua Vida a ser retratada no palco por outros.
E tu? Onde estás sentado?
2015, AdC
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