quarta-feira, 30 de maio de 2012

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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Almas estranhas onde o tempo parou.

Os escravos do Tempo não ouvem o vento por isso não seguem as direcções da sua intuição
Hoje não interessa o dia, foi a muito tempo ou vai acontecer. 
Era uma vez, o Tobias, que não se sentia muito bem sendo ele próprio, bem ele era ele próprio só que vivia uma imagem, aquela que os outros vivam. O espelho era o mundo onde vive, como tantos, da família,. procura na relação com os outros o reconhecimento, a satisfação. ainda a pouco ele tentava saltar para um labrador que apenas uma vez lhe abanou a cauda. estranho mundo este dos que não se conhecem, são estranhos e aproximam-se com medo, como se algo fosse acontecer. depois queria ir atrás dele e eu mandei-o sentar-se e ele ficou, todo aprumado, olhando para o outro que se afastava. não o deixei ir por medo de o perder ou que lhe acontecesse alguma coisa. Era uma criança que procurava compreender o mundo dos adultos, pelo tamanho que tinham e os anos que os distingue. todos os dias assisto a esta cena, a distância que nos separa dos outros não é um encontro consigo próprio, mas com o que é estranho e o que não se compreende. é que é também por isto que o Homem precisa de se religar constantemente porque se distância do outro, se está distante do outro está distante de si. A sua auto-estima deriva da aceitação que o outro lhe dá ou não mas devia resultar apenas do seu acto voluntário e reflexo de se relacionar só por si, mas como pode ele não se sentir Crusóe, perdido do mundo na sua ilha. todos temos a nossa ilha e a nossa zona de conforto, gostamos de dormir com um travesseiro e com a porta fechada. não gostamos de ser roubados, calúniados, afastados. Será que andam por aí os indignados. todos precisamos de reconhecimento e se não nos relacionarmos ficamos estrangeiros. e por vezes visitamos o outro como quando vamos de férias a um pais desconhecido e falamos com pessoas desconhecidas, numa lingua estranha e ficamos com a sensação de que na realidade conhecemos e aprendemos o outro, que ficamos a conhecer os hábitos e costumes. Mas nunca ficamos a conhecer aquele que habita dentro de nós, nem o outro na sua realidade, é por isso que depois os vizinhos dizem mas ele era tão boa pessoa, é devido aquela coisa dos papeis que os actores desempenham com grande profissionalismo, e depois aparecem aos outros na realidae vazios de si. Somos o que representamos ser ou o que os outros seres pensam que somos. O todo não está separado, digo eu, e as circunstâncias são designios maiores que os comuns mortais não atingem, como se fossemos todos estúpidos e que caminhamos para um sonho. enfim eu gosto das coisas simples e o tobias também desde que tenha comida, água e saúde. Pois, mas isso não se dá, comprasse, o que é na verdade uma grande hipocrisia, e até compramos com desconto e falamos disso cheios de orgulho. Ah, eu faço e diz o outro Ah eu não. e assim se conhecem sen intimidade, sem respeito, desconhecidos, assim como o tobias que já esqueceu o outro cão e aí ele nem pensou nem demonstrou se era um caniche ou um rotweiller, era só simplesmente ele a querer brincar, sem precisar de identidade e de reconhecimento, livre de preconceitos e estigmas. as pessoas são estranhas quando nós somos estranhos, alguém dizia isto em inglês e fez uma canção, com sucesso, o que pode ser uma falácia pois o Absurdo de acharmos que somos, é o ridiculo da existência, onde tentamos demonstrar a nossa diferença, onde no dia a dia tentamos parecer diferentes, apenas para nos deitarmos com um sorriso de sacanas de se ter conseguido sugar energia de outros, para viver o vampiro precisa de se alimentar dos outros. O Santo alimenta-se do que faz e dão-lhe reconhecimento, o ciclista que ontem vi deitado no chão ferido precisava de uma ambulância enquanto alguns discutiam o choque. Tal como alguns continuam a discutir o choque que a europa atravessa, como se não houvesse feridas antigas das guerras que estes povos travaram em nome dos povos. E se tudo fosse tal como era antigamente um campo de batalha onde os guerreiros saem armados para o dia a dia dentro das suas armaduras para guerras psicologicas e os consultorios e hospitais são o resultado das nossas batalhas. Mas pior perdemos a dignidade para não se perder a batalha não trazemos mais os feridos. hoje são colocados em lares, em psiquiatria, em valas comuns. então nada mudou, nada mudou e nos pensamos que sim o que é que se passa com esta realidade. Deixamos de ter filas para pagar porque é absurdo hoje com a internet, mas nunca vi as pessoas a falarem nas filas tanto como falam na net. As pessoas têm coisas estranhas diria o principezinho, tal como Sidartha, que viu o mundo com os olhos que o mundo é e não o que lhe parecia. agora o tobias está deitado ao Sol e vive para isso e para que cuidem dele. Adoro o meu tobias pela sua simplicidade e despreendimento da vida, da necessidade de reconhecimento. Senta Tobias, senta ele ele senta-se a espera de qualquer coisa, condicionado está na obediência. Não andamos todos assim, nas horas com o tempo, com os outros, o relacionamento do Homem está condicionado na sua condição. Já nem sei do que estava a falar, nem sei se foi ainda a pouco ou a muito tempo, pois tudo é tão previsivel e diz-se que é por segurança, pelo medo de se peerder o controle. Como não há verdade porque hoje o que é, amanhã já não é. Não há nada, mas ao mesmo tempo há tudo, e tudo acontece numa fracção de segundos. A surpresa é deixar-se ser surpreendido pelo que é incerto. Larga, larga e entrega à vida, ao momento único que apenas se repete se olharmos com olhos de quem não quem ver. hoje é o dia em que me sinto a viver a minha vida, não sei se é a melhor, não sei o que os outros pensam sobre isso, não me interessa sei é que sou eu.

A FUGA do TEMPO
Como o Tempo voa, se voa é porque é livre. sendo o tempo feito prisioneiro do homem. então ele está escravo do tempo. O Tempo não muda o que muda é a temperatura, a homeostasia, pois o tempo está dentro de nós, preso no meu peito, grito e deixo fugir o tempo, porque nada é meu. 

domingo, 13 de maio de 2012

Santa Inquisição


13 de Maio de 2012


Escrever sobre religião, seria o tema do dia já que este dia marca a salvação, a esperança, aquilo que dizemos ser a Fé. Aqui se juntam crentes na comunhão, na partilha, na fraternidade e solidariedade. Posso estar enganado sobre os dogmas que cristalizam o dia 13 de Maio, mas como não sei falar de religião prefiro falar da dúvida e da certeza, da alucinação, da crença e da necessidade que todos temos em pertencer a algo, desígnio maior, tal Deuses que já não estão na Acrópole mas que se eternizam nas memórias do tempo, no medo de não serem iguais ou não obedecerem à esses deuses que se perderam na confusão geral da nossa civilização. A justiça do povo já foi obra de tempos onde ir assistir a rituais de queima, chamados de purificação, lavavam a alma de quem por medo existia dentro de doutrinas inquisidoras. Ninguém apaga o nosso passado, nem limpa o inconsciente colectivo que nos leva a quase todos a irmos num só dia gastar 100 Euros porque vamos poupar metade, mas gastamos. Seguimos correntes, modas por medo que o fim do mundo esteja a chegar e que não possamos dormir em paz se não confessarmos os pecados. Criados pela vida, porque a palavra humanidade implica ao mesmo tempo sobrevivência e luta com a dualidade consciente de que o seu caminho se faz por cima de corpos ensanguentados que as guerras, as Igrejas, as leis fizeram do Homem este que aqui está perdido nas sua modernidade, um ser perdido que vive sem causa sendo a causa dos outros. Os esquemas que usamos para lidar com as situações fazem nos olhar para uma loucura, insanidade colectiva de medo e desconfiança. E quem não sofre disto teima em ser arrogante, dono de um saber novo que apenas demonstra infantilidade ou ingenuidade. Sejamos francos agimos em proveito próprio e falamos nas costas dos outros do que não fazem e do que fizeram ou não. Naquela aldeia a senhora que vai a missa, teima em sentir-se mais pura e dona da razão ajudando o sr. padre a estabelecer regras numa comunidade que apenas joga no seu interesse individual. Não se trabalha para o bem comum mas apenas para o perdão como se a nossa mente fosse um poço de culpas que carrega o fardo do Homem que um dia ele próprio se considerou deus. Dono da vida e da razão. O juízo Final é apenas a nossa consciência a forma como vivemos e se não estamos bem basta mudar o que não queremos, mas como se o tormento é um fogo que queima a alma, por isso se queimaram a dos outros e nas torturas o que ouvíamos nos gritos eram os nossos lamentos e dores. A Utopia é uma grande preguiça de Alma que se deixa existir por oposição ou acomodação ao inconsciente colectivo. Procuramos encontrar fora de nós aquilo que devíamos saber por intuição, que é resultado da aprendizagem e não dos desvaneios de personalidades perdidas que procuram sentido para a sua existência em tudo o que fazem. Pois só assim se sentem realizados na sua razão, no seu querer, ambição pessoal. Viver em paz é algo que está no nosso coração e quando a culpa nos atormenta, a dúvida salta a razão e num segundo se fazem promessas e desejos de realização dos nossos pedidos como se fossemos donos da vida e abençoados por piedade. Alguns são mais do que outros porque acreditam que são divinos se tiverem ligados ao divino. Então o Homem julga-se Deus, traduza-se Vida, e fazedor e desfazedor de vidas e de milagres que não conseguem acabar com a fome, com a guerra que vai nos nossos corações, com o recalcamento, mas dêem-lhes Prozac para reduzir os lamentos que conduzam o Homem ao santuário para se redimir da culpa de viver a sua vida na vida dos outros. A culpa do erotismo, do sexo, da selecção natural. O ser diferente, o nojo que atormenta os púdicos. Somos tantos e tão poucos e não sabemos o que devemos fazer do nosso tempo. A minha pergunta vai no sentido do que quantos dos que compraram com 50 % de desconto, gastando os seus 100 Euros, doaram ou dividiram com quem não tinha. Quantos agora se dirigem e se orgulham da sua Fé e religiosidade mas apenas aguardam mais uma promoção para poderem voltar a ser egocêntricos e narcísicos na crença de que estão agindo de modo altruísta. Agem por culpa e por remorso no medo de não serem reconhecidos, no medo de se verem ao espelho e não verem espelhada a imagem que os ilude para se sentirem vivos. Continuamos nestes tempos a viver com a inquisição no nosso comportamento, limitados a perda de liberdade e à norma. Estranho modo de viver não ser ele próprio mas o que esperam dele.


Nota: Para as Almas mais sensíveis está imagem apenas pretende representar a morte dos sonhos, o tormento que temos para atravessar os tempos em nome da liberdade. Hoje ainda andamos nisto.

*Álvaro Augusto dos Santos Carvalho.

domingo, 6 de maio de 2012

A sombra colorida


Um homem a preto e branco que tinha uma sombra colorida.
Ou o homem sem sombra.

Ele, é apenas a forma daquele que não se apercebe que existe para além dele. lá vai ele seguindo apenas a sua sombra. Nem a sombra dependia dele e as cores eram o que lhe vai na alma, caminha silêncioso no meio das palavras. Ele era o negativo da sua sombra que não o largava fosse para onde ele fosse, estivesse ele onde estivesse. 

Alguns homens não têm sombra e o homem sem sombra vive só na sua alma pedinte. Hoje há votos de eternidade e de mudança ou não, pois a sombra é aquilo que o sonho teima em não apagar. O que se mantêm no tempo e o que virá no nosso futuro projectado.


Vivo sem solidão mesmo que seja a preto e branco pois as cores são reflexo do prisma social, que aumentado nesta lente mercantil e económica, rural e civilizada, se torna necessidade. As mãos desse homem não aparecem na sua obra, pois ele não existe é um fantasma do passado que se quer manter vivo, nesta fome anda a Europa com satelite dos tempos rodando no espaço vazio. 


Afinal a forma da sombra pode ser mais lucida do que o que a faz viver. nem tudo é o que parece nem tudo vai ser como se pensa.