domingo, 1 de julho de 2012

Alma em viagem no tempo

Neste caminho que parece vazio de nada viajam sonhos de todos os dias, cheios de idas e voltas não reparam que o caminho de uns não é o de outros, que não há formas iguais de viajar na vida. Entre a ponte, as margens e a porta vê-se os rostos e mãos de quem procura no vazio a sua realização. Esquece o tempo e a vontade. Eu estou na outra margem.
O que me preocupa. É a falsidade e a mentira mas gostamos todos da ilusão de que controlamos e que somos senhores da nossa e da razão dos outros. sabemos o que não sabemos e é bem pouco para tanto mar e para tantas estrelas. A imensidão do espaço. Mas também me preocupa  o alinhamento que conseguimos ter nos parques de estacionamento desses lugares marcados para ninguém mas ocupados por todos. Sem querer estamos orgulhosamente ou iludidos com a nossa pré-existência.



Tal como no comboio, onde estas pessoas estão, vimos o que queremos ver. Todos viajam em tempos separados pelas ampliações ou minimizações de momentos. entre o passado e o presente, existe um tempo onde não está ninguém, onde não nos lembramos de nada e ao mesmo tempo de tudo. Por muito que não queiram acreditar estas pessoas viajam sozinhas. Desfocadas da realidade.
Procuram olhar para o futuro, parados no tempo, porque o movimento é relativo.
Não te esqueças que as portas se abrem e se fecham se acreditarmos que há portas.

*Álvaro Augusto dos Santos Carvalho, 2012.

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