domingo, 1 de julho de 2012

Sempre há coisas que não servem para nada

Não pense mais, nem tanto é apenas um momento.

Para que serve o pensamento se ele não é claro, nem escuro. Sem cores, a preto e branco lembro-me das photos antigas onde não havia maquilhagem, nem photoshop, que é uma nova maneira de comprar fotos. Pensei e pensei hoje de manhã numa ida ao hipermercado, que não é assim tão hiper mas que só por se dizer o termo nos faz sentir orgulho em lá ir e ou em lá trabalhar. Quem sou eu? Eu, sou chefe da secção de frutas, importa referir que na secção de fruta há chefes que alinham a fruta em pelotões prontas a serem degulidas em rituais tribais em volta da mesa de uns quantos que são mais que uns outros, de certeza e aqui não fala a estatistica mas quantos chefes de secção tem um hipermercado, subordinados e hierarquias e o que faz com que tenhamos um número de série no BI, que já está fora de moda e foi substituído pelo chip. Na farmácia está exposta a fotografia da doutora tal como se afixava, procura-se morto ou vivo. A credibilidade da fonte passou a ser uma coisa de coordenadas e de CV europeus onde somos alguém a procura de ninguém. Nas luzes da ribalta, somos Chaplins da nova era, passageiros do tempo que não viagem dentro deles, é preferível ir no Travel Channel, que não é um perfume. O que me preocupa é o alinhamento que conseguimos ter nos parques de estacionamento desses lugares marcados para ninguém mas ocupados por todos, sem sair da norma deixar um carro atravessado é falta de solidariedade ou empatia, então os nossos movimentos são gestos mudos procurando a atenção para não sairmos da norma, a confusão instalasse se o carro fica fora dos riscos, riscados no chão, na prisão também a normas de comportamento e de linhas no chão e de hierarquias. Então quer isto dizer que estamos presos dentro de nós. alinhar a esquerda, os alinhados estão Marxisizados em estruturas e contentes por terem um posto no qual se compromentem e se representam, actores da palavra que usam com os amigos e com as visitas, diz-me quem és? Então o que tens feito? o que na verdade sou apenas é uma brisa do desconhecimento que a alvorada da Alma desperta em mim numa noite escura onde nos recantos e becos da vida se transforma o Ser e o Nada. 
Se a algum tempo que não escrevo nada isso não quer dizer que não tenha nada para escrever posso é não querer dizer nada. Assim se demonstra a rebeldia da Alma que num grito mudo, sorri como quem não quer a coisa. Enfim coisas de momentos em que pensamos todos ser gente.


A Ilusão da magia do momento é apenas 
um fragmento do tempo. 

Onde o que está para lá do imaginavel, 
nem tão pouco é tangível.

E o Homem criou as coisas.




* Álvaro Augusto dos Santos Carvalho, 2012

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