sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Mundo é uma aldeia onde eu nunca fui.


O que fazem estas pessoas todas e as outras que hoje aqui não estão mas que vão estar e as que aqui já estiveram, O que fazem todas estas pessoas aqui? a espera? O que esperam o que aguardam? o regresso de D. Sebastião, o regresso das naus, será que são os velhos do restelo. Será que não sabem que aqui estão. Esperam um futuro de onde partiu o passado. Estranhos de tão estranhos que estão de si que nem o outro reconhecem. E esperam como se fosse acontecer algo de diferente, não aqui e agora mas para mais tarde recordar. Trazer memórias e carrega-las para termos identidade e não estarmos perdidos no meio da multidão, nesta aldeia global onde todos somos vizinhos também somos ninguém, tal como canta Homero o poeta cego, canta a Ulisses ao regresso do herói, à sua volta. E esperam enquanto ele vai vivendo a sua vida. Então ninguém se reconhece no meio da multidão. A aldeia deixou de o ser e usa maquilhagem para disfarçar o tempo de espera. E enquanto eu dizia que não há isto ou aquilo, que se pode isto ou aquilo. Saiu-me uma frase “ninguém rega o jardim”. A minha filha perguntou-me então porque não o regas tu. E foi o que eu fui fazer. Não espero nada, nem reconhecimento, apenas deve agir, fazer, saber fazer é arte que de tão simples que é, que se perde no, não sei fazer, porque não quero. Um aluno não pergunta porquê? Mas como, como? É, a pergunta certa, pois envolve compromisso e acção. Ponto final. Bem, ainda não é o final feliz que todos querem porque hoje só temos uma certeza é que nada voltará a ser como dantes, na realidade actual ou mudas ou mudas. Não há outras alternativas. Afinal a mudança é uma questão de atitude, porque o problema não é o problema em si, mas é a atitude que temos em relação ao problema. Nos provérbios mais sábios e por muitos citados “Um pescador nunca se queixa se ficar molhado na hora de recolher as redes”, assim como não podemos colher nada, se nada semeamos. De, “se’s” e “mas” está o mundo cheio e a aldeia não cresceu porque era pequena demais pela visão dos que nela lá moram. Não há ponto final.


15 de Fevereiro 2012, A.C.

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