quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Há coisas que pensamos que estamos a ver e não estavam lá e há coisas que estão lá e não as vimos.

Dúvidas e certezas, é para mim como ir cinema, onde numa sala penso estar a viver a realidade e quando abandono o espaço fechado e vejo-me na rua, é tudo um filme. Continuo a apostar que está tudo maluco, que nunca tivemos, nos tempos, tantas certezas do que estamos a fazer, nunca tivemos tantas memórias e saber, que se confunde passado e presente e que não estamos mesmo a acreditar que estamos a viver um único e precioso momento. O que acabamos de ver já não está lá e não duvidamos disso porque acreditamos no momento e no entanto ele foi falso, inexistente apenas permanece na memória e pode ser alvo de distorção das vontades, da projecção. Nunca houve actores, o palco sempre esteve vazio, a peça é encenada por nós, criação de uma matrix onde a relatividade se apresenta sem espaço e sem tempo. Então, vazio o lugar que se pensava ocupar, aí percebemos que nada é real, que nada é concreto nem abstracto. Que apenas o é, porque queremos que assim seja.
Ele apareceu e quando olhei já não estava lá, posso estar a falar de um sorriso, de um olhar, de uma lágrima. Posso estar a falar do sonho. Posso estar com febre e ser delirium ou apenas nada ser. Tudo é sem dúvida certezas da razão que temos pelo que se quer manter. Somos donos do nada e filhos do tudo.
Um dia, de dia, o tempo parou e onde tudo parecia parado nada se movia. Um pensamento passou de raspão e tocou na mão do "cego" que não o viu, não era invisual, mas cego das suas tentativas de agarrar tudo o que não lhe pertencia.

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