Somos educados para acreditar que as vacas já nascem gordas. Eu fui educado a fazer e a saber que um homem não chora e agora há por aí algumas almas que dizem que isso é mentira que os homens também choram, diga-se Homem condição humana e não no género masculino ou feminino. Sim porque é falso o que a história nos quer ensinar que as mulheres nunca trabalharam , repito é falso, queriam era a igualdade para poderem trabalhar nas fábricas. As mulheres sempre foram o suporte da sobrevivência da espécie e não o trabalho. Os paradigmas e a industrialização, o Homem mecânico, é que precisou demais pela axiologia. Eu nunca vi um Homem a chorar a morte de uma galinha, apenas choram os que acham que a galinha era deles e a única coisa que tinham.
Estamos a contar com o ovo no cu da galinha? Somos mal formados. Quando eu era miúdo, quando morria uma galinha, isso não era bom sinal. Contávamos connosco com o que tínhamos e não com o que poderia vir a ser. Hoje fomos nos acomodando a viver e a contar com o ovo no cu da galinha. Compramos casa e responsabilidades e procuramos segurança e bem estar onde não existe amanhã. A utopia da coisa é que queremos realizar todos os sonhos e mantêm-los e ainda hoje reparei que sonhei e que aquele sonho não era meu, foi agradável mas não era o meu dia a dia consciente.
Quando morria uma galinha e se estava a contar com os ovos, tinha-se que ter outra galinha para por outros ovos, as vezes era preciso que uma crescesse, era preciso tempo para amadurecer. Se não tinhas outra galinha, não estou a ver o homem a lamentar a sua sorte e a porta do ministério a reclamar a pedir, uma galinha nova e de preferência igual a do vizinho que punha ovos de ouro. O Homem levantava-se antes do sol e fazia-se a estrada para o pão do dia a dia.
Hoje queremos e idealizamos que o pão deveria chegar por si, só porque temos uma galinha, e entramos em empréstimos e realidades que só na nossa imaturidade podemos acreditar que é seguro e que vamos ter condições para as manter, o sistema utópico deve ao homem a ilusão da realidade.
Não há casa que se governe a pensar que o dia de amanhã já está ganho e que é só ir apanhar os ovos. Eu que andei no mar sei que todos os momentos tem que ser de atenção , não de medo mas de respeito pela rota e que por vezes temos de mudar o caminho para podermos avançar. É uma atitude pouco digna continuar a teimar em remar contra a maré só porque criamos, despesas e responsabilidades para as quais nem sabemos como, na realidade vamos manter. E como é próprio do homem questionamos o sistema e o outro pela nossa responsabilidade utópica. Por isso a utopia é uma grande preguiça de alma ou se quiserem da Alma.
Um homem não chora faz todo o sentido só não entende quem não foi criado pela vida.
Álvaro Carvalho
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