terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Alma que não vê, não se percebe.

Onde está O Menino Jesus? 
Está escondido? Ou anónimo?

O Tobias acredita que o Natal é o momento, onde se vê que não crescemos assim tanto nas dúvidas e angústias existenciais. Estivemos à conversa numa mesa de café, eu sentado numa cadeira qualquer onde se sente qualquer um e ele, sem trela, sentado, no chão, com um olhar de piedade, como quem quer comer o bolo que eu estou a comer. Café, ele não gosta, nem fuma, não tem vícios, nem saturados, é natural. Tivemos a discutir sobre uma revelação que o Tobias me fez: Eu quero ser o menino Jesus. Disse-me ele assim do nada. Só quero ser o menino Jesus. Porquê? Tobias, porquê? sempre a querer furar as tradições e a mexer nos valores, conforma-te contigo e aceita-te tal como és. Larga o teu egocentrismo e a obsessão de seres sempre diferente de ti mesmo. Tobias com um latido interrompeu o meu pensamento e de forma simples acrescentou. - Não é nada disso! Eu só quero ser o Menino Jesus, porque esse não cresce, é como o Peter Pan. Fiquei preocupado com tal afirmação e com a doença da humanidade nos seus desejos e medos mais íntimos  Se o Menino Jesus, não cresce talvez a humanidade e a questão do Ser seja uma esquizofrenia colectiva. Tipo "Uma Mente Brilhante". Brilha, brilha lá no Céu a estrelinha... associação livre ao desejo de partir, da necessidade de esconder os Velhos do Restelo de nós, em nós? Olha para o Céu estava estrelado ... não esteve sempre mesmo em dias de nevoeiro. Não podemos tirar o que lá está, mesmo que não vejamos, mas está lá. Talvez que está falta de compreensão da necessidade de um espírito natalício  seja o redimir do egoísmo. Para todos um bom Natal. Para todos? ou para todos nós? 
Não será melhor manter o menino jesus no anonimato? Ou será que a frase foi trocada e queriam era dizer que era o menino de Jesus? Oh! O menino é o filho do Jesus? Quem nasceu? Foi o menino de Jesus, porque ainda não lhe tinham dado um nome. E Tobias, deixa lá isso, não comas isso que está estragado. Tobias! Aqui! já! anda! E lá fomos nós sem perceber muito bem porque é que o menino jesus não cresce. 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Alma - As coisas que aprendemos com a mentira

Como não aconteceu nada de especial também não vou escrever nada de especial.

Bem tal como disse vou escrever sobre o fim do mundo e sobre Bugarach. E como de um pequeno rumor, logo fazemos um facto real e com ritual. O mito do fim, para mim não é um falso mito, mas apenas uma real constatação de que o mundo tal como o conhecemos já acabou. E, é verdade sem dúvida que o mundo tal como eu o conheci já acabou e vai acabando de cada vez que eu o olho com olhos de ver e com consciência da realidade. O próprio mundo de hoje amanhã terá acabado e será uma nova perspectiva. Estamos cheios de crenças e de paradigmas racionais, e em parábolas e dignas de uma inconsciente condição humana. Tal como a programação o diz:
O inicio do fim pode ser o fim do inicio, e é muito importante continuarmos a ter as pausas para almoço e jantar, coisa de necessidade da sobrevivência da espécie. Enfim, Bugarach, é hoje famoso por terem acreditado nos Maias. E os Maias são famosos porque já não existem. Mas como se pode acreditar numa população lendária que não foi capaz de se manter parada nos tempos e que foi engolida pela civilização evolutiva da espécie. Continuamos a acreditar que as mentiras alimentam o medo e que somos menores e maiores que o tempo e que a vida. Nem sabemos dar valor a nossa existência porque continuamos com medo de existir. Coisas da moral e da religião.
*Álvaro Carvalho

domingo, 16 de dezembro de 2012

Alma-viajei num comboio que estava parado.

Viajem num comboio que estava parado.
Como não tenho escrito nada, não vou escrever sobre o nada. 
Mas sobre as minhas visões do dia a dia. Tenho andado preocupado com a greve da CP. Os comboios andam suprimidos. A supressão leva a anulação, ou seja, a identidade da CP - Caminhos de ferro de Portugal, perdeu-se no tempo e hoje não existe. Apenas há alguns comboios que viajam fantasmas pelo tempo. Uma companhia, sozinha, que apenas serve o interesse dos seus funcionários. Pois os utilizadores são lesados. Eu sou capaz de estar sentado a espera de um comboio que não há. Nesta marcha dos pinguins. tive uma ideia ou um acto de revolução: - e se ninguém viajar nestes comboios do dia a dia. Talvez estes funcionários não tivessem mais direito a ordenado e a subsídios  Nos tempos que correm a CP que se considera a si própria um luxo, devia sofrer as consequências. Os utentes deviam fazer greve aos transportes públicos, à CP, durante 3 meses. Ou então podemos todos passar a ter um part-time, como máquinistas, revisores. 

Suprimido, deve estar ligado a, deixe-se estar, não escute e não olhe. E como os comboios já sabem ler e como a placa diz que o transito pela linha é proibido, então eles inibidos   esperam que os sinais do tempo venha restabelecer a ordem, numa nova ordem que será o fecho da CP, para uma empresa particular e que os funcionários sejam reformados com muito boas condições. Há um interesse de muitos, de todos, os que lá estão menos dos que precisam de continuar a viajar e que não podem parar no tempo. Se precisarem de mim posso fazer um par-time, ok?

* Álvaro Carvalho, Dezembro de 2012. Algumas horas antes do fim do mundo da CP.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Aquele tempo era o seu tempo? O segredo está nas tuas mãos.

O Tempo está nas minhas mãos.
(ou brincando com o tempo tal como ele brinca comigo)
Haverá um tempo, em que o próprio se vai encontrar consigo e sem resistir ao tempo será aceite só por o ser. O tempo será um tempo sem tempo. Sem tecto, sem abrigo, sem solidão, sem existência. O que vai sendo esquecido torna-se perdido nas memorias, nos silêncios onde se sente a brisa do tempo que por cá se faz ou do tempo que se vai. Apareceu o tempo desconhecido de Si e sem o saber deu-se a conhecer aos que tinham tempo para o encontrar num murmúrio enternecido na voz muda que se rendeu ao tempo em que não se sabia nada dele. Noutros tempos, noutras eras o tempo fugia de Si mesmo com medo de se encontrar numa esquina, onde o beco não tinha saída, sim porque ninguém dá a volta ao tempo. O tempo volta por si só. Não existe solidão no tempo apenas saudosismo do tempo que se esqueceu de se despedir da sua viagem no tempo. Naquele tempo, o tempo partia rumo ao futuro deixando para trás o tempo de um tempo passado no qual ele não se queria reconhecer por lhe ser estranho, estrangeiro viveu no absurdo. O tempo é esse estrangeiro que me visita que se senta a minha mesa que me faz de esquecido apenas para me lembrar que tenho tempo, muito tempo, Tenho todo o tempo de uma vida; - Disse o tempo de ele para si próprio. Serei assim tão breve ou tão importante para mesmo assim insistirem em viver comigo, no meu tempo, sem tempo ou com tempo a mais, do que o permitido pelas leis da vida. Entregamos a nossa vida ao tempo com medo de nos esquecermos de ser e estar na nossa vida. como posso Ser se não há tempo perdido, nem memorias esquecidas, apenas há um tempo desconhecido de mim que me torna vivo e presente sem fim, de um tempo, que sem saber como vai ser, já o sou. 
Vivo no tempo que o tempo me permite viver. 

Tenho o tempo nas minhas mãos.

Livre, o tempo partiu e sem tempo ficou para completar a sua obra, Não há tempo disponível nem previsível  tudo neste caso depende do tempo e da importância que lhe damos. damos o real valor ao tempo ou prendemos o tempo na nossa existência?
Eu não uso relógio, é verdade não tenho tempo para isso.
Mas se estás confuso com o tempo, olha para o tempo que ainda tens. Tens tu tempo para seres tu próprio?

*Álvaro dos Santos Carvalho, 2012.

domingo, 11 de novembro de 2012

A Honestidade é uma Falsa Crença?


"PEDIU AJUDA PARA O "BRAÇO", QUANDO NA VERDADE LHE "DOÍA" A "PERNA".
 SAÍU COXO DO TRATAMENTO."

Hoje a grande capacidade, dos meios de diagnostico, ao dispor do terapeuta e a panóplia de Técnicas de Intervenção, bem como as Êquipas Multidisciplinares, permitem uma "visita" compreensão mais holistica, do que procura um tratamento e uma resposta à pergunta que temos quando adoecemos; «Só sei que não estou bem» ou então está em negação: 'Não pode ser assim tão grave». O técnico não se pode desresponsabilizar na interacção com o paciente.

Temos, a percepção que queremos, do problema, é apenas a nossa percepção, e sem o principio da "tábua rasa" estigmatizamos o outro, julgando-o na doença porque as patologias são variadas e tal como Freud predisse o retirar de um sintoma pode fazer reaparecer outro. Se soubermos ler o lapso tudo é um pedido de ajuda.

*Álvaro Carvalho, 2012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ultima Hora e a sua patologia


A última da hora ou a última hora?

As horas esperam o tempo que for preciso, hora a hora o tempo vai-se tornando real. Ao mudar a hora mudou-se o tempo pois está mais frio. O tempo estava a espera que a hora muda-se para se mudar também.
Atrasou-se a hora e assim todos nós percebemos que é Outono que é um tempo antes do Inverno. Vai ser mais uma vez Natal, tal como passagem de ano, nada vai mudar a não ser a hora. Um ponteiro andou um segundo e passou de uma hora para a outra, novo recorde do mundo. O coelho de Alice já não é preciso, esgotou o seu tempo a procura da mudança que nunca chegou a acontecer porque claro esta ele estava em tempo a frente e passava pela hora sem se atrasar. O mistério do conto está na elaboração da fábula que se quer contar e assim se conta as horas a espera que o tempo passe tal como passa por nós tudo aquilo que não vivemos ou não soubemos desejar nos nossos sonhos. Houve um tempo em que a hora não mudava apenas mudava o eu, na realidade sou eu que mudo porque acredito no tempo que se faz passar por mim, tempo passado, pretérito perfeito da imperfeição de um dia onde o tempo não voltou para trás apenas a hora se atrasou, porque lhe pediram assim seria mais clara a noite e o dia começava mais escuro. Não houve tempo em que a hora não estivesse atenta num brio profissional de quem se quer fazer notar por aquilo que não sabe fazer é que a hora não sabe fazer minutos, e são precisas várias horas para fazer um dia. Como a hora não muda se não mudar o segundo, o tempo esse vive-se então em cada segundo pois este tempo que acabou agora de passar por mim já não o apanho mais, foi-se perdido no tempo, esquecido no segundo onde a alguns minutos atrás tudo parecia diferente. Nada muda se não mudar o segundo.


É de notar que última hora já não quer dizer isso mesmo mas o que acabou de acontecer. Não há-de de hora andar confusa se lhe pendem para estar a hora e depois que pedem que se atrase.

O Jogo lúdico e a patologia do Jogo


A relação com os jogos a dinheiro

24 de Outubro de 2012 às 13:55
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Iniciamos a nossa intervenção neste sítio, fazendo ressaltar a importância da classificação dos três níveis distintos de relação com os jogos a dinheiro. Pretendemos assim, definir de forma sintética, por um lado os âmbitos da patologia do jogo como transtorno da conduta (jogo compulsivo ou patológico), que deve ser tratado por profissionais de saúde, e por outro, os âmbitos da normalidade do jogo como conduta prazenteira e lúdica.
Essencialmente, podemos encontrar três níveis distintos de relação com os jogos a dinheiro, com diferentes consequências para as pessoas jogadoras.
Num primeiro nível, encontramos o jogo social ou responsável em que se incluem aquelas pessoas que jogam para se divertir ou que o praticam como forma de socialização. Estas pessoas utilizam o jogo como mais um recurso do seu tempo de ócio e controlam o seu tempo de jogo e o dinheiro que utilizam para jogar. Praticam o denominado jogo social ou jogo responsável. Esta é a forma de jogar da maioria da população.
Num segundo nível, podemos observar o jogo de risco ou jogo problemático, onde se agrupam aquelas pessoas que têm uma relação com o jogo que, por vezes, pode comportar riscos e problemas. Dependendo da gravidade dos critérios que estas pessoas cumprem, a perigosidade da sua relação com o jogo varia. Este nível, agrupa dois tipos de pessoas jogadoras:
  1. As pessoas que praticam um jogo de risco: quando jogam procuram obter um nível elevado de excitação e, às vezes, jogam acima das suas possibilidades económicas (Jogo Excessivo);
  2. As pessoas que praticam um jogo problemático: deixam de distinguir a ligação entre valor e dinheiro e podem chegar a cometer ilicitudes de vária ordem e mentir para jogar.
E, finalmente, num terceiro nível, encontramos o jogo compulsivo ou patológico, onde estão aquelas pessoas que convertem o jogo no eixo central da sua vida, o que lhes provoca consequências negativas e permanentes, tanto ao nível do âmbito pessoal como familiar, laboral, social, etc.. Para além disso, e apesar de que são conscientes dos problemas que lhes causa jogar, não podem deixar de fazê-lo (perdem o controlo da sua conduta de jogar) e jogam mais para reduzir ou evitar a ansiedade, que surge se não jogam, do que para usufruir do prazer do jogo. As pessoas nesta situação, tornamse dependentes do jogo.
Jogo Responsável. PT
Pesquisa de Luis Rebordão


Ler mais: Blog de Jogo Responsável - A relação com os jogos a dinheiro http://pokerpt.com/blogs/jogo-responsavel/a-relacao-com-os-jogos-a-dinheiro#ixzz2AiGKue8P
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domingo, 16 de setembro de 2012

Com estes olhos a sociedade manifestou-se hoje pôr esta condição.

Gedeão disse um dia - «Os meus olhos são uns olhos e é com este olhos uns que eu vejo escolhos onde outros com outros olhos não vêm escolhos nenhuns»
A minha capa é apenas uma imagem que visto em nome da falta de liberdade que se têm sobre a vida. Esta é a realidade de muitos, muitos que só mo seu desespero procuram alento no mar, numa côdea de pão e precisam de um banco para dormir. 

Est
e, é um caminho que muitos vão ter como destino. Os que o fazem por opção estão assim curvados mas com um sorriso de paz na alma da sua consciência, nunca estiveram sós porque são os homens da vida. A Alma alcança sempre os seus desejos e as angústias são quando não estamos no caminho que esperávamos, principalmente quando a nossa auto-estima depende do reconhecimento dos outros, das expectativas das convenções sociais. O Homem é sempre ele desde que siga o seu sonho. Um clochard não é um mendigo feito pela vida, nem pelo poder económico é por vezes alguém que perdeu o seu emprego porque lhe passaram por cima, porque foi enganado ou porque simplesmente não quis mais. quem Têm coragem de admitir que na vive a vida que escolheu e que se condecora de objectos para poder pertencer na sua existência. A futilidade da obra está na mentira em se dar aos outros a beleza que tanto necessitam, assim apareceu a arte, a cultura e o Homem com medo de estar só na hora da morte ou na sua existência. 

Chateau Clochard

Depois de passarmos por aqui talvez seja esta representação que fica de nós.

Hoje, sei e quero esta consciência que é apenas a de ter a esperança de viver apenas mais um momento de cada vez, como se fosse o último. 

O que estarias neste momento a fazer se fosses livre?

Álvaro Carvalho, Setembro de 2012.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

O poderíamos ver como a alma que busca?


Combater a Opressão. 
É certamente admirável o homem que se opõe a todas as espécies de opressão, porque sente que só assim se conseguirá realizar a sua vida, só assim ela estará de acordo com o espírito do mundo; constitui-lhe suficiente imperativo para que arrisque a tranquilidade e bordeje a própria morte o pensamento de que os espíritos nasceram para ser livres e que a liberdade se confunde, na s
ua forma mais perfeita, com a razão e a justiça, com o bem; a existência passou a ser para ele o meio que um deus benevolente colocou ao seu dispor para conseguir, pelo que lhe toca, deixar uma centelha onde até aí apenas a treva se cerrara; é um esforço de indivíduo que reconheceu o caminho a seguir e que deliberadamente por ele marcha sem que o esmoreçam obstáculos ou o intimide a ameaça; afinal o poderíamos ver como a alma que busca, após uma luta de que a não interessam nem dificuldades nem extensão. 

Agostinho da Silva, in 'Considerações'

O Tempo é o maior escultor e a maior resposta à verdade.
Numa prisão em Si, foi-se esquecendo do que é seu,
Viver à sua vida sem favores, num Bom Combate.
não pedir perdão para ser perdoado, mas para repor a verdade.

Setembro de 2012,

Tobias quis conhecer a Kitty e disse-lhe Hello.

Tobias de férias é uma fera quer conhecer toda a gente e toda a gente o quer conhecer, anda vaidoso pelo passeio. Quis ir dar uma volta de carro com a Kitty e os dois formam um belo casal (Kitty Tobias) que era o nome da minha filha quando tinha dois anos dizia que se queria chamar Kitty Tobias. E nós fazíamos-lhe a vontade em locais públicos chamávamos pelo seu nome Kitty Tobias! anda cá e alguns seres estranhos ficavam a olhar, não sei se era pelo nome se era pela sua resposta tão imediata, o que é raro nas crianças de hoje. 

Então, cheguei a uma conclusão é que nunca damos o nome aos nossos filhos que eles querem, mas o que nós queremos e esperamos deles, as nossas esperanças e as nossas frustrações e depois estranhamos quando nos respondem torto ou quando fingem que não ouvem. Estranhamos mais, quando um dia já não nos telefonam ou quando nos respondem não se preocupem comigo e vocês como é que estão. Aí começamos a perceber que estamos a envelhecer e que já não somos crianças, por isso acho melhor eu continuar a viver os meus sonhos por mais disparatados e anormais que sejam, assim vou no meu inconsciente sendo eu.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A nossa casa é uma Alma.

Aqui! onde eu moro, ainda há estrelas no céu à noite e de manhã, 
aos primeiros alvores, o silêncio dos passaros faz parar o tempo. 
Aqui! onde eu moro, ainda há ovelhas com pastor e tudo.

Aqui! na minha alma, moram os momentos, que vivo, entre a noite e o dia, 
entre o nascimento e a morte, 
vivo, cada momento, único, na doença e na saúde. 
Tenho sido sempre eu, que tenho vivido a minha vida.

Aqui! onde eu moro, os vizinhos são amigos e juntam-se para almoçar 
e juntos acabamos por cear. 

Aqui! onde eu moro, os miúdos crescem juntos 
e brincam e chateiam-se uns com os outros.

Aqui! onde eu moro, uns amigos, um casal com dois filhos, 
foram para um outro futuro, escolhido por eles, 
e os amigos estiveram juntos a festejar durante três dias, 
porque já estávamos com saudades uns dos outros.

Eu vejo assim os meus dias. 
Aqui! mora a minha alma com tudo o que sou.
Estou grato por tudo o que tenho.
Obrigado.

terça-feira, 17 de julho de 2012

O Rapaz que não era de Lisboa, deste tempo.


17 de Julho, 2012.
O rapaz que não era de Lisboa, deste tempo.

Hoje quase corri para um comboio, para o qual eu na realidade pensava estar atrasado mas a real situação que me aconteceu foi que o comboio não estava lá, atrasado, foi suprimido e assim eu até estava adiantado pelo horário que a greve estabeleceu, pois tinha sido suprimido, coisa que nem o Luís de Matos consegue, suprimir algo que não lá está, penso eu, eu que quase corri como se nada mais me pudesse parar e que me vi parado a espera de algo que não havia. Enfim momentos da vida que se fazem contados na primeira pessoa de quem a vive ou viu um comboio que não lá estava. Corri sem sair do mesmo sitio, corri parado e esperei pelo que não estava atrasado ou seja o que estava a seguir. Há sempre outro comboio a seguir, mesmo que não aja um antes, estranho não é? A verdade desta frase alimenta-se de uma mentira. Dá ilusão do que se quer encontrar ou do que se deseja sem pensar, só porque esperamos que assim seja e que respeite as normas do expectável. Faz-me lembrar a história daquele rapaz de Lisboa, moço da vida e de vida que adora cinema e falava de filmes como ninguém mais o sabia fazer e também dos filmes que ele fazia só na sua cabeça, como se tudo fosse a maior das realidades, onde não se distingue o real da fantasia, onde se guardam sonhos como Constantino de Redol que guardava vacas. O rapaz também ele era do Ribatejo e como quem não quer a coisa desceu o Tejo encantado com as musas que cantaram e o encantaram coisa que Ulisses não deixou, tinha cera nos ouvidos é que os marinheiros não se lavam muitas vezes. Voltamos ao rapaz que viu um filme que lhe marcou a vida, que o fez conhecer a esperança que não era uma moça de Lisboa, nem a que ficou no baú.

Era uma vez a história de um filme de suspense, contava o rapaz, feito pelo mestre da suspeita que tinha uma janela indiscreta pela qual a objectiva puxava pelo olhar num zoom onde até as lentes do rapaz aumentavam para ver o corpo feminino que se apresentava de dentro dessa janela e com uma suavidade de movimentos se despia com um som de fundo onde a música ia empurrando o corpo do rapaz contra a cadeira, mas para quem assistia ao filme, uma cena antes, já sabia que lá estava alguém escondido, há De Palma, apetecia gritar, avisar, dizer perigo, ao rapaz apetecia-lhe salvá-la para tal como um herói, ela lhe caísse nos braços onde exausta adormecia. Mas não podia, o rapaz nada fazia a luxuria era, na sua cabeça muito maior do que a fantasia do herói e ele no seu silêncio prazeroso, calava-se a espera que ela se despisse, mas no exacto momento que ia acontecer; passava um comboio e nada deixava ver, era o mestre no seu melhor, fechando a janela ao tempo, ao desejo, a ilusão, colocando a pergunta no ar, no mistério do acontecimento, a surpresa de não se saber. E o comboio passava, passava e passava e quando já tinha passado já lá não se via ninguém e tudo podia ter acontecido ou nada, mas o momento já não era o mesmo e talvez aquele corpo cheio da alma do rapaz, tivesse fugido ou sido assassinada, o rapaz nunca chegou a saber o que tinha acontecido aquele corpo de mulher, aquele rosto do qual ele não sabia o nome, apesar de ter visto o filme muitas vezes ele ia sempre e todas as vezes com a ideia de que talvez um dia, um dia talvez: «o comboio chegue atrasado» e ele pudesse satisfazer o sonho de tantas noites que o atormentou, aquele corpo que ele não podia ter, mas que desejava e sonhava. Não quis ser herói, não soube do final da história porque a história só teria um final se ele fosse parte dela. Era isto que o rapaz gostava no cinema, ser ele próprio a comandar a acção daquilo que nunca acontecia e vivia sonhando mas com um brilho nos olhos dizendo: - amanhã vou ao cinema ver aquela fita onde se vive muitas emoções, é de cortar a respiração, já vi esta fita mais de 15 vezes, mais muito mais. Dizia ele orgulhoso dos seus conhecimentos. Mas o real problema era contornar o real, revirar o esperado, ser apanhado pelo que nunca poderia acontecer, mas que se deseja que aconteça. A certeza do imprevisto por oposição a Hitchcock. Tinha bastado um pequeno atraso para o rapaz se materializar do sonho.
Lisboa mudou no tempo e o rapaz parou para pensar no tempo e as memórias mostraram-lhe uns velhos calções curtos e uns suspensórios é nesta memória que existe a permanência do Ser. Hoje vi esse rapaz sentado no chão da estação de comboios onde o tempo voa, ele não era deste tempo é do tempo dos eléctricos e de andar descalço e estava a comer uma charlotte russe de "Era uma Vez ..." em Lisboa. E tinha no olhar um brilho desse tempo de quem sabe jogar ao berlinde.

A Charlotte Russe é uma sobremesa de origem francesa com história de uma princesa triste que na versão americana foi criada doses individuais e onde se coloca a cereja no top do bolo.

*Álvaro de Carvalho, 2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aparadores de"Relva" há de todas as cores e feitios


16 de Junho de 2012

Há aparadores de "Relva's" de todas as formas e de todos os feitios ou géneros. Uns com mais suporte e diferentes suportes do que outros


Actualidades da Alma e o Relvas.

Muitos em Lisboa se juntam para dar LIKES ao manif contra o Relvas ou aquilo que ele representa no inconsciente de cada um. No Face-Book (Net-separado de proposito) corre uma petição com “gosto” que deu mais de 3000 pessoas, então vamos todos nos manifestar. Isto não é política, nem moral é preciso ter uma causa pela qual se luta. Ouvir falar e não sou de intrigas e de fofocas que alguns dos que lá estão já pediram um favorzinho ou outro a alguém, aquele senhor ali com o telemóvel na mão já pediu a um policia para não o multar, aquela senhora até lhe fez charme pedindo-lhe por favor deixe passar só esta vez eu não volto a repetir. Se eu estou a favor da desonestidade e dos casos relvas deste país, não estou nem a favor nem contra mas é devido a esta consciência que a AutoEuropa precisa de segurança e de plantões para que não desviem material para fora. É por isso que os revisores da CP andam com dois seguranças nos comboios. É por isso que aquele homem que era de uma OMG que só faz o bem queria ser apenas presidente da Assembleia. É assim que alguns que lá estão são tão iguais. Este povo que não se governa nem se deixa governar procura a sombra do que se esconde por detrás de toda esta palhaçada que são as noticias a sua integridade, a sua personalidade, a sua alma, procuram-se dizendo que não são: «matem aquele assassino!». Sem se reconhecerem. Pronto o Homem é culpado vamos para a praça publica julgar os seus crimes qual é a distância entre a Idade Média e a Modernidade? O Homem ainda vive a sua pré-história. Depois posso vos falar de um rapaz que vi hoje sentado no chão que alguns na sua pena não repararam no brilho dos seus olhos.
E agora quem tiver coragem que ponha likes nisto.


*Álvaro de Carvalho, 2012

domingo, 1 de julho de 2012

Alma em viagem no tempo

Neste caminho que parece vazio de nada viajam sonhos de todos os dias, cheios de idas e voltas não reparam que o caminho de uns não é o de outros, que não há formas iguais de viajar na vida. Entre a ponte, as margens e a porta vê-se os rostos e mãos de quem procura no vazio a sua realização. Esquece o tempo e a vontade. Eu estou na outra margem.
O que me preocupa. É a falsidade e a mentira mas gostamos todos da ilusão de que controlamos e que somos senhores da nossa e da razão dos outros. sabemos o que não sabemos e é bem pouco para tanto mar e para tantas estrelas. A imensidão do espaço. Mas também me preocupa  o alinhamento que conseguimos ter nos parques de estacionamento desses lugares marcados para ninguém mas ocupados por todos. Sem querer estamos orgulhosamente ou iludidos com a nossa pré-existência.

ALMA: Sempre há coisas que não servem para nada

ALMA: Sempre há coisas que não servem para nada: Não pense mais, nem tanto é apenas um momento. Para que serve o pensamento se ele não é claro, nem escuro. Sem cores, a preto e branc...

Sempre há coisas que não servem para nada

Não pense mais, nem tanto é apenas um momento.

Para que serve o pensamento se ele não é claro, nem escuro. Sem cores, a preto e branco lembro-me das photos antigas onde não havia maquilhagem, nem photoshop, que é uma nova maneira de comprar fotos. Pensei e pensei hoje de manhã numa ida ao hipermercado, que não é assim tão hiper mas que só por se dizer o termo nos faz sentir orgulho em lá ir e ou em lá trabalhar. Quem sou eu? Eu, sou chefe da secção de frutas, importa referir que na secção de fruta há chefes que alinham a fruta em pelotões prontas a serem degulidas em rituais tribais em volta da mesa de uns quantos que são mais que uns outros, de certeza e aqui não fala a estatistica mas quantos chefes de secção tem um hipermercado, subordinados e hierarquias e o que faz com que tenhamos um número de série no BI, que já está fora de moda e foi substituído pelo chip. Na farmácia está exposta a fotografia da doutora tal como se afixava, procura-se morto ou vivo. A credibilidade da fonte passou a ser uma coisa de coordenadas e de CV europeus onde somos alguém a procura de ninguém. Nas luzes da ribalta, somos Chaplins da nova era, passageiros do tempo que não viagem dentro deles, é preferível ir no Travel Channel, que não é um perfume. O que me preocupa é o alinhamento que conseguimos ter nos parques de estacionamento desses lugares marcados para ninguém mas ocupados por todos, sem sair da norma deixar um carro atravessado é falta de solidariedade ou empatia, então os nossos movimentos são gestos mudos procurando a atenção para não sairmos da norma, a confusão instalasse se o carro fica fora dos riscos, riscados no chão, na prisão também a normas de comportamento e de linhas no chão e de hierarquias. Então quer isto dizer que estamos presos dentro de nós. alinhar a esquerda, os alinhados estão Marxisizados em estruturas e contentes por terem um posto no qual se compromentem e se representam, actores da palavra que usam com os amigos e com as visitas, diz-me quem és? Então o que tens feito? o que na verdade sou apenas é uma brisa do desconhecimento que a alvorada da Alma desperta em mim numa noite escura onde nos recantos e becos da vida se transforma o Ser e o Nada. 
Se a algum tempo que não escrevo nada isso não quer dizer que não tenha nada para escrever posso é não querer dizer nada. Assim se demonstra a rebeldia da Alma que num grito mudo, sorri como quem não quer a coisa. Enfim coisas de momentos em que pensamos todos ser gente.


A Ilusão da magia do momento é apenas 
um fragmento do tempo. 

Onde o que está para lá do imaginavel, 
nem tão pouco é tangível.

E o Homem criou as coisas.




* Álvaro Augusto dos Santos Carvalho, 2012

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Anonimo - Alma

É tudo uma questão de não ser desconhecido num mundo aparte, ou seja os anónimos não se desconhecem nem são estranhos, são anónimos na sua vida, nas suas acções, nas suas loucuras, nos seus desejos, naquilo que são, vão sendo sem o reconhecer, só porque o são.
Hoje conheci um anónimo não se queria fazer conhecer. Não é alguém nem ninguém é apenas anónimo não de si mas para outros que o pensam conhecer, só porque lhe vêem a sombra, porque lhe escutam os passos e o bater da sua pulsão nas palavras que lhe fogem da mente. Não está escondido, não é egocêntrico, nem vaidoso. caminha na terra pelos seus passos, sentindo o vento e as marés que atravessam os tempos. Não é uma sombra de si, não mendiga a vida, nem pela vida. Onde há páginas da vida em branco se escreve com tinta transparente as raízes da existência, onde nada é absolutamente certo ou errado, nem aquilo é o que parece nem o que desaparece. Tudo se esquece e passam por ele como se ele fosse o que vêm sem o sentir. ele existe nos outros, nos que pensam nele, nos que o tornam real, nos que dele falam como se fosse ele a falar por si, sem saber que o fazia, esqueceu-se de tudo do que não se queria lembrar. Procura-se ser que queira não ser alguém que se torne desconhecido, nisto pensa-se estou perdido porque desconheço mais de mim do que aquilo que devia me ser dado a conhecer. A personalidade qualitativa ou quantitativa normaliza-se. Na verdade procura-se ser alguém ou ninguém nos conhece. Sem nome um anónimo é um sem nome. Tira-lhe o nome e perde-se a existência, o conhecido torna-se desconhecido. As cores são negativos. O que me espanta num anónimo é a sua determinação em não ser mais um. Somos anónimos da vida que passeiam pelo presente. Há aqui algum anónimo perguntou-se na sala e ninguém respondeu porque todos queriam permanecer no anonimato. são genuínos.



*Álvaro Augusto dos Santos Carvalho, 2012.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Almas estranhas onde o tempo parou.

Os escravos do Tempo não ouvem o vento por isso não seguem as direcções da sua intuição
Hoje não interessa o dia, foi a muito tempo ou vai acontecer. 
Era uma vez, o Tobias, que não se sentia muito bem sendo ele próprio, bem ele era ele próprio só que vivia uma imagem, aquela que os outros vivam. O espelho era o mundo onde vive, como tantos, da família,. procura na relação com os outros o reconhecimento, a satisfação. ainda a pouco ele tentava saltar para um labrador que apenas uma vez lhe abanou a cauda. estranho mundo este dos que não se conhecem, são estranhos e aproximam-se com medo, como se algo fosse acontecer. depois queria ir atrás dele e eu mandei-o sentar-se e ele ficou, todo aprumado, olhando para o outro que se afastava. não o deixei ir por medo de o perder ou que lhe acontecesse alguma coisa. Era uma criança que procurava compreender o mundo dos adultos, pelo tamanho que tinham e os anos que os distingue. todos os dias assisto a esta cena, a distância que nos separa dos outros não é um encontro consigo próprio, mas com o que é estranho e o que não se compreende. é que é também por isto que o Homem precisa de se religar constantemente porque se distância do outro, se está distante do outro está distante de si. A sua auto-estima deriva da aceitação que o outro lhe dá ou não mas devia resultar apenas do seu acto voluntário e reflexo de se relacionar só por si, mas como pode ele não se sentir Crusóe, perdido do mundo na sua ilha. todos temos a nossa ilha e a nossa zona de conforto, gostamos de dormir com um travesseiro e com a porta fechada. não gostamos de ser roubados, calúniados, afastados. Será que andam por aí os indignados. todos precisamos de reconhecimento e se não nos relacionarmos ficamos estrangeiros. e por vezes visitamos o outro como quando vamos de férias a um pais desconhecido e falamos com pessoas desconhecidas, numa lingua estranha e ficamos com a sensação de que na realidade conhecemos e aprendemos o outro, que ficamos a conhecer os hábitos e costumes. Mas nunca ficamos a conhecer aquele que habita dentro de nós, nem o outro na sua realidade, é por isso que depois os vizinhos dizem mas ele era tão boa pessoa, é devido aquela coisa dos papeis que os actores desempenham com grande profissionalismo, e depois aparecem aos outros na realidae vazios de si. Somos o que representamos ser ou o que os outros seres pensam que somos. O todo não está separado, digo eu, e as circunstâncias são designios maiores que os comuns mortais não atingem, como se fossemos todos estúpidos e que caminhamos para um sonho. enfim eu gosto das coisas simples e o tobias também desde que tenha comida, água e saúde. Pois, mas isso não se dá, comprasse, o que é na verdade uma grande hipocrisia, e até compramos com desconto e falamos disso cheios de orgulho. Ah, eu faço e diz o outro Ah eu não. e assim se conhecem sen intimidade, sem respeito, desconhecidos, assim como o tobias que já esqueceu o outro cão e aí ele nem pensou nem demonstrou se era um caniche ou um rotweiller, era só simplesmente ele a querer brincar, sem precisar de identidade e de reconhecimento, livre de preconceitos e estigmas. as pessoas são estranhas quando nós somos estranhos, alguém dizia isto em inglês e fez uma canção, com sucesso, o que pode ser uma falácia pois o Absurdo de acharmos que somos, é o ridiculo da existência, onde tentamos demonstrar a nossa diferença, onde no dia a dia tentamos parecer diferentes, apenas para nos deitarmos com um sorriso de sacanas de se ter conseguido sugar energia de outros, para viver o vampiro precisa de se alimentar dos outros. O Santo alimenta-se do que faz e dão-lhe reconhecimento, o ciclista que ontem vi deitado no chão ferido precisava de uma ambulância enquanto alguns discutiam o choque. Tal como alguns continuam a discutir o choque que a europa atravessa, como se não houvesse feridas antigas das guerras que estes povos travaram em nome dos povos. E se tudo fosse tal como era antigamente um campo de batalha onde os guerreiros saem armados para o dia a dia dentro das suas armaduras para guerras psicologicas e os consultorios e hospitais são o resultado das nossas batalhas. Mas pior perdemos a dignidade para não se perder a batalha não trazemos mais os feridos. hoje são colocados em lares, em psiquiatria, em valas comuns. então nada mudou, nada mudou e nos pensamos que sim o que é que se passa com esta realidade. Deixamos de ter filas para pagar porque é absurdo hoje com a internet, mas nunca vi as pessoas a falarem nas filas tanto como falam na net. As pessoas têm coisas estranhas diria o principezinho, tal como Sidartha, que viu o mundo com os olhos que o mundo é e não o que lhe parecia. agora o tobias está deitado ao Sol e vive para isso e para que cuidem dele. Adoro o meu tobias pela sua simplicidade e despreendimento da vida, da necessidade de reconhecimento. Senta Tobias, senta ele ele senta-se a espera de qualquer coisa, condicionado está na obediência. Não andamos todos assim, nas horas com o tempo, com os outros, o relacionamento do Homem está condicionado na sua condição. Já nem sei do que estava a falar, nem sei se foi ainda a pouco ou a muito tempo, pois tudo é tão previsivel e diz-se que é por segurança, pelo medo de se peerder o controle. Como não há verdade porque hoje o que é, amanhã já não é. Não há nada, mas ao mesmo tempo há tudo, e tudo acontece numa fracção de segundos. A surpresa é deixar-se ser surpreendido pelo que é incerto. Larga, larga e entrega à vida, ao momento único que apenas se repete se olharmos com olhos de quem não quem ver. hoje é o dia em que me sinto a viver a minha vida, não sei se é a melhor, não sei o que os outros pensam sobre isso, não me interessa sei é que sou eu.

A FUGA do TEMPO
Como o Tempo voa, se voa é porque é livre. sendo o tempo feito prisioneiro do homem. então ele está escravo do tempo. O Tempo não muda o que muda é a temperatura, a homeostasia, pois o tempo está dentro de nós, preso no meu peito, grito e deixo fugir o tempo, porque nada é meu. 

domingo, 13 de maio de 2012

Santa Inquisição


13 de Maio de 2012


Escrever sobre religião, seria o tema do dia já que este dia marca a salvação, a esperança, aquilo que dizemos ser a Fé. Aqui se juntam crentes na comunhão, na partilha, na fraternidade e solidariedade. Posso estar enganado sobre os dogmas que cristalizam o dia 13 de Maio, mas como não sei falar de religião prefiro falar da dúvida e da certeza, da alucinação, da crença e da necessidade que todos temos em pertencer a algo, desígnio maior, tal Deuses que já não estão na Acrópole mas que se eternizam nas memórias do tempo, no medo de não serem iguais ou não obedecerem à esses deuses que se perderam na confusão geral da nossa civilização. A justiça do povo já foi obra de tempos onde ir assistir a rituais de queima, chamados de purificação, lavavam a alma de quem por medo existia dentro de doutrinas inquisidoras. Ninguém apaga o nosso passado, nem limpa o inconsciente colectivo que nos leva a quase todos a irmos num só dia gastar 100 Euros porque vamos poupar metade, mas gastamos. Seguimos correntes, modas por medo que o fim do mundo esteja a chegar e que não possamos dormir em paz se não confessarmos os pecados. Criados pela vida, porque a palavra humanidade implica ao mesmo tempo sobrevivência e luta com a dualidade consciente de que o seu caminho se faz por cima de corpos ensanguentados que as guerras, as Igrejas, as leis fizeram do Homem este que aqui está perdido nas sua modernidade, um ser perdido que vive sem causa sendo a causa dos outros. Os esquemas que usamos para lidar com as situações fazem nos olhar para uma loucura, insanidade colectiva de medo e desconfiança. E quem não sofre disto teima em ser arrogante, dono de um saber novo que apenas demonstra infantilidade ou ingenuidade. Sejamos francos agimos em proveito próprio e falamos nas costas dos outros do que não fazem e do que fizeram ou não. Naquela aldeia a senhora que vai a missa, teima em sentir-se mais pura e dona da razão ajudando o sr. padre a estabelecer regras numa comunidade que apenas joga no seu interesse individual. Não se trabalha para o bem comum mas apenas para o perdão como se a nossa mente fosse um poço de culpas que carrega o fardo do Homem que um dia ele próprio se considerou deus. Dono da vida e da razão. O juízo Final é apenas a nossa consciência a forma como vivemos e se não estamos bem basta mudar o que não queremos, mas como se o tormento é um fogo que queima a alma, por isso se queimaram a dos outros e nas torturas o que ouvíamos nos gritos eram os nossos lamentos e dores. A Utopia é uma grande preguiça de Alma que se deixa existir por oposição ou acomodação ao inconsciente colectivo. Procuramos encontrar fora de nós aquilo que devíamos saber por intuição, que é resultado da aprendizagem e não dos desvaneios de personalidades perdidas que procuram sentido para a sua existência em tudo o que fazem. Pois só assim se sentem realizados na sua razão, no seu querer, ambição pessoal. Viver em paz é algo que está no nosso coração e quando a culpa nos atormenta, a dúvida salta a razão e num segundo se fazem promessas e desejos de realização dos nossos pedidos como se fossemos donos da vida e abençoados por piedade. Alguns são mais do que outros porque acreditam que são divinos se tiverem ligados ao divino. Então o Homem julga-se Deus, traduza-se Vida, e fazedor e desfazedor de vidas e de milagres que não conseguem acabar com a fome, com a guerra que vai nos nossos corações, com o recalcamento, mas dêem-lhes Prozac para reduzir os lamentos que conduzam o Homem ao santuário para se redimir da culpa de viver a sua vida na vida dos outros. A culpa do erotismo, do sexo, da selecção natural. O ser diferente, o nojo que atormenta os púdicos. Somos tantos e tão poucos e não sabemos o que devemos fazer do nosso tempo. A minha pergunta vai no sentido do que quantos dos que compraram com 50 % de desconto, gastando os seus 100 Euros, doaram ou dividiram com quem não tinha. Quantos agora se dirigem e se orgulham da sua Fé e religiosidade mas apenas aguardam mais uma promoção para poderem voltar a ser egocêntricos e narcísicos na crença de que estão agindo de modo altruísta. Agem por culpa e por remorso no medo de não serem reconhecidos, no medo de se verem ao espelho e não verem espelhada a imagem que os ilude para se sentirem vivos. Continuamos nestes tempos a viver com a inquisição no nosso comportamento, limitados a perda de liberdade e à norma. Estranho modo de viver não ser ele próprio mas o que esperam dele.


Nota: Para as Almas mais sensíveis está imagem apenas pretende representar a morte dos sonhos, o tormento que temos para atravessar os tempos em nome da liberdade. Hoje ainda andamos nisto.

*Álvaro Augusto dos Santos Carvalho.

domingo, 6 de maio de 2012

A sombra colorida


Um homem a preto e branco que tinha uma sombra colorida.
Ou o homem sem sombra.

Ele, é apenas a forma daquele que não se apercebe que existe para além dele. lá vai ele seguindo apenas a sua sombra. Nem a sombra dependia dele e as cores eram o que lhe vai na alma, caminha silêncioso no meio das palavras. Ele era o negativo da sua sombra que não o largava fosse para onde ele fosse, estivesse ele onde estivesse. 

Alguns homens não têm sombra e o homem sem sombra vive só na sua alma pedinte. Hoje há votos de eternidade e de mudança ou não, pois a sombra é aquilo que o sonho teima em não apagar. O que se mantêm no tempo e o que virá no nosso futuro projectado.


Vivo sem solidão mesmo que seja a preto e branco pois as cores são reflexo do prisma social, que aumentado nesta lente mercantil e económica, rural e civilizada, se torna necessidade. As mãos desse homem não aparecem na sua obra, pois ele não existe é um fantasma do passado que se quer manter vivo, nesta fome anda a Europa com satelite dos tempos rodando no espaço vazio. 


Afinal a forma da sombra pode ser mais lucida do que o que a faz viver. nem tudo é o que parece nem tudo vai ser como se pensa.

domingo, 29 de abril de 2012

Abre-se nas memórias fragmentadas pelo tempo uma porta ao longe, 
noutra perspectiva tudo têm uma razão de ser mesmo que pareça uma ilusão.

O Homem, esse ser que pensa, que É. Vive em constante tormento pelo momento em que a sua razão não se revê naquilo que lhe é pedido pela dúvida de pertencer. Se for uma necessidade esse homem perde-se nos cantos das sereias e lamenta-se na noite, no silêncio do tempo, onde anda esquecido porque não se apercebe que as memórias são o que se esquece ou não se quer lembrar. O É, não é o Ser, na medida em que o pensamento se perde na construção da sua história. As suas ideias são o que o inconsciente manifesta na sua revolta, o que recalca. A luz que a sua alma reflecte apenas advém do lugar esquecido na caverna, onde os sonhos mantiveram acesso o fogo para ser roubado, desejado pelos que caminham longe da estrada, do seu caminho, longe e estranho de si, esse Homem que atravessa os tempos não perde o seu sentido na encruzilhada, pois mesmo não sabendo que caminho tomar, ele sabe, qual é o que não quer para si. O seu olhar tímido não é falta de auto-estima ou insegurança, mas apenas porque não é esse o seu anseio, nem desejo. O Eu afunda-se numa ilusão onde nada parece ser aquilo que é, pois a verdade está permitida no tempo, e é apenas uma questão, que se levanta sem medo da pergunta, virá o dia em que tudo se percebe, onde tudo se fez para ser entendido e aí a resposta aparece vinda da neblina, de onde surgem todos os mistérios, onde o mago "Merlin", desfaz o jogo e o homem percebe porque é que teve que passar por isso. portanto cego nas emoções que o comanda o homem não é livre na sua acção por medo ao desconhecido, não vá a memória e o destino ser o medo das suas dúvidas. A moral impera onde a razão se tornou cientifica e desalmada, sem perdão a alma não se escondia de si, mas em consciência vive na plenitude da sua realização, algo que se diz ser a harmonia, a composição onde a vida se transforma a cada instante presente sem querer, apenas sendo Uno consigo e com o Universo.
Descanso nesta cadeira vazia onde o mundo não está ao contrário 
e onde se percebe que tudo o que vimos é apenas a ponta de um icebergue.


*Álvaro dos Santos Carvalho


MUDAR


O homem estava completamente esgotado,
Da sua maneira de ser.
Ele sentia-se embriagado,
Na sua maneira de viver.

Há, Há momentos,
Em que eu me sento e descanso.
Pensando nas memórias,
Que me vão no pensamento.

Há, há momentos,
Em que eu deito e descanso.
Sentindo que o tempo,
É apenas o silêncio.

O homem estava completamente esgotado,
Da sua maneira de ser.
Ele sentia-se embriagado,
Na sua maneira de viver.

Há, há um tempo, 
Onde tudo parecia se ter esquecido.
Nas memórias do vento,
As vontades não queriam mudar.

Há, há um tempo,
Onde tudo era uma fantasia.
Nada era o que parecia,
e os sonhos não fugiam.

O homem estava completamente esgotado,
Da sua maneira de ser.
Ele sentia-se embriagado,
Na sua maneira de viver.

Há, há momentos,
Em que tento ser distante.
Onde a verdade era uma pergunta,
Que se fazia sem saber.

Há, há momentos ,
Em que não sou o que pareço.
Apenas vivendo um tempo,
Que me vai nos sentimentos.

O homem estava completamente esgotado,
Da sua maneira de ser.
Ele sentia-se embriagado,
Na sua maneira de viver.


Muda o tempo, Muda a hora. tudo anda sem parar.
Muda a palavra conforme muda o homem.
Muda a saudade tal com muda o vento.
Muda a vontade mesmo que não seja verdade.

·        Álvaro dos Santos Carvalho, letra e música, 2012.