quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ode ao desejo.


Ode ao desejo.
Se falar de amor, É para alguns um símbolo, o seu significado. Para outros, é mais um perdão, do que uma razão, por todo aquele que não conseguiram dar e por todo o que perderam.
Se numa escada para a ascensão fosse contabilizado o degrau onde se encontra todo aquele que não deu, seria a inversa da que se permitiu receber. Não há correlação. Quem não dá não recebe. Que verdade é esta? Como se não pudéssemos receber algo de forma simples como o amor e tenhamos de dar, dar, dar para receber. Não se dá nada para se receber e isto é claro que torna a lei do amor algo bem mais honesto.
Fica-se quando se olha, com olhos para o passado, numa visão alternativa, a amarga sensação de se olhar para o que se perdeu mais do que aquilo que se conseguiu agarrar, sentir. E não vivo angustiado, porque tenho a percepção que o alcance do meu ser, foi sempre mais além do que o meu querer, foi para além da realização, num ciclo sem fim.
Posso clamar, que é da condição, á qual me resigno com satisfação, porque é ilusão tudo o que tenho comparado a tudo o que perdi. Posso justificar com a razão, catalogar a sensação. E apenas lhe vejo a sombra da minha estática posição presente, num futuro adivinhado mas inconsciente. *Porque não posso desejar aquilo que mais necessito de dar?
Álvaro Carvalho, 09 de Novembro de 2011.

Sem comentários:

Enviar um comentário