sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O tempo vive num livro


O absurdo da existência é sem dúvida o encontro que fazes contigo mesmo pelo confronto com os outros, “Houis clous”, será sempre o infindável truque mágico da fé no humanismo, na viagem Utópica de Moore, mas é também o Absurdo de Camus. 



Eu aproveitei e filosofei mais, para me confundir numa intelectualização de razões absurdas mas vincadas de significância do seu significado, pois também é uma técnica, ouvi dizer por ai, que deixar alguém confuso é bom para se poder tomar uma decisão ou uma não decisão. Como é que o mundo, a vida pode adquirir um sentido para ti? se estás ausente do sentido de ti, procuras o teu reflexo numa passagem do tempo onde te esqueces-te de ser o futuro. Sendo considerado motivação as falhas do passado projectadas no futuro, como se fosse para chegar a algo que se quer conhecido antes de se ter descoberto. Um homem não é mais do que a soma dos seus actos? Onde, os seus “actos falhados” são a inconsciência da sua verdade, porque falhamos ao optar, ao escolher, castrados da realidade da decisão é nos permitido escolher moralmente o que vai contra os desígnios do homem e acarreta culpa, Sísifo subindo e recomeçando numa programação ao estilo de Matrix para não ser esquecida, para doer na consciência, na condição ou num “País das Maravilhas” onde Alice se perde para se encontrar. Tu não serás outro se não fores tu próprio, assim ficas confuso, e deves ter em consideração o viver em comunidade, com os outros para os outros, assumindo o teu papel, tu és o actor, o fazedor da tua realidade.


Na verdade ou consequência coisa que aprendemos na adolescência há sempre um segredo, aquele que é não um não dito mas um interdito ao moralismo, ao medo da exposição, do ridículo. Quem é aquele que ali passou por mim sem que eu o visse, só pode ter sido eu. Pela janela mal fechado o vento sopra e vira as paginas de um livro já esquecido de Si, mas aberto da esperança de que alguém um dia o vá ler. E como pode tudo acontecer num minuto, num instante ou numa eternidade é preferível mantê-lo aberto porque um livro fechado, tal como uma vida, não serve para nada. Uma vida também não é aquilo que se quer tal como um livro.



Álvaro Carvalho, Fev. 2014.

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